Suposta peça de míssil é vista onde voo caiu
Artefato de fabricação russa foi achado por investigadores na Ucrânia, em local da queda de Boeing da Malaysia em 2014
Indício reforça tese de que aeronave com 298 a bordo foi derrubada ao sobrevoar área sob controle de rebeldes
Investigadores que analisam a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines informaram nesta terça (11) que identificaram na Ucrânia possíveis partes de um míssil Buk, de fabricação russa mas também operado por ucranianos no local onde a aeronave caiu.
Indícios apontam que o voo MH17, que saiu de Amsterdã (Holanda) rumo a Kuala Lumpur (Malásia), foi derrubado em 17 de julho de 2014 por um míssil quando sobrevoava uma área controlada por rebeldes pró-Rússia.
"Investigadores holandeses e internacionais estão investigando várias partes que podem fazer parte de um míssil BUK terra-ar", informaram em declaração conjunta o Ministério Público e os serviços de segurança da Holanda.
A nota relata que "as peças foram encontradas durante uma missão de recuperação no leste da Ucrânia e estão em posse da equipe de investigação criminal MH17 e do Conselho de Segurança da Holanda (OVV)".
HOLANDESES
Cerca de dois terços dos passageiros do voo da companhia malaia eram holandeses, o que fez a Holanda ser o país responsável por coordenar a investigação sobre as causas da tragédia, assim como as investigações criminais e a missão de repatriamento dos corpos.
Os membros da equipe de investigação conjunta, que conta com representantes da Holanda, da Ucrânia, da Malásia, da Austrália, do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Rússia, estão reunidos em Haia (Holanda) para discutir um relatório inicial do Conselho de Segurança da Holanda sobre o que pode ter causado a queda do Boeing-777.
O avião levava 298 pessoas a bordo quando caiu, numa região que vivia intensos combates entre as Forças Armadas da Ucrânia e as milícias separatistas pró-Rússia.
MÍSSIL RUSSO
O governo ucraniano e vários países ocidentais acusaram rebeldes pró-russos de terem derrubado o avião, provavelmente com um míssil BUK fornecido pela Rússia.
A Rússia e os rebeldes rejeitam, porém, qualquer responsabilidade e apontam o Exército ucraniano como o responsável pela queda.
De acordo com o comunicado holandês, as peças que estão sendo analisadas poderão fornecer informações mais precisas sobre quem foi o responsável pela queda do voo MH17.
Os investigadores ressaltaram, porém, que ainda não é possível afirmar que haja uma relação causal entre as partes agora encontradas e a queda do avião.
No mês passado, a Rússia vetou, no Conselho de Segurança da ONU, a criação de um tribunal internacional para julgar os responsáveis pela queda do avião.
Em seu relatório, o grupo de investigadores deverá informar o que derrubou o avião, mas não quem.