Brasileira que esteve detida no Equador ainda pode ser expulsa
Jornalista Manuela Picq não recebeu novo visto de permanência
Manuela ficou detida por quatro dias depois de ser agredida pela polícia em protesto contra Rafael Correa
A acadêmica e jornalista brasileira Manuela Lavinas Picq, 38, que foi presa e agredida no Equador, ainda corre o risco de ser deportada do país para o Brasil.
Embora uma decisão da Justiça tenha liberado Manuela na última segunda-feira (17), o Ministério do Interior do Equador ainda não lhe entregou um novo visto de permanência no país.
Manuela foi detida na última quinta-feira (13), em Quito, capital equatoriana, durante uma manifestação contrária ao governo do presidente Rafael Correa.
Imagens divulgadas na internet mostram que a brasileira foi agredida por policiais durante o protesto.
Manuela ficou com o rosto cheio de hematomas e sofreu também várias pancadas na cabeça.
A brasileira é companheira de Carlos Pérez Guartambel, líder do movimento indígena Ecuarunari.
Ele foi um dos organizadores dos protestos contra o presidente Correa. Manuela ficou detida entre a noite do dia 13 e a última segunda(17).
Segundo a brasileira, que vive no país desde 2004, não houve contra ela nenhuma acusação de que tenha cometido qualquer crime, e a deportação seria "uma vingança" do governo contra seu companheiro.
TRIBUNAL
Nesta quinta (20), Manuela voltou ao tribunal. Desta vez, seus advogados pediram uma defesa antecipada, para evitar que a jornalista seja acusada de permanência irregular no país.
Segundo a mãe da brasileira, a economista Lena Lavinas, o passaporte de Manuela desapareceu após a detenção, e a decisão favorável à jornalista corria o risco de ser revertida.
"O governo equatoriano não tolerou a decisão judicial que a liberou, e o Ministério do Interior decidiu recorrer. Se Manuela não conseguir essa proteção, pode ser deportada a qualquer momento", afirmou Lena.