Cristina e Maduro expõem apoio a Dilma
Líderes da Argentina e da Venezuela dizem que brasileira é vítima de tentativa de golpe, que teria ajuda dos EUA
Presidente argentina afirma que mídia tenta desestabilizar governo; Maduro faz 'tuitaço' em defesa de Dilma e Lula
No dia em que manifestantes saíram às ruas no Brasil contra o impeachment de Dilma Rousseff, a presidente ganhou apoio de Cristina Kirchner e de Nicolás Maduro.
Em Buenos Aires, Cristina disse que Dilma e Lula são vítimas de uma campanha midiática e de grupos judiciais interessados em desestabilizar projetos políticos populares na América do Sul.
"Tentam frustrar os processos de inclusão social e de desenvolvimento industrial autônomo que alcançaram os países da América do Sul nesses anos de governos democráticos, que alguns chamam de populista.".
Segundo ela, as denúncias de corrupção contra Lula se explicam porque ele poderia voltar à Presidência.
"Lula tem grande probabilidade de ser eleito de novo caso se apresente", afirmou.
Essa conspiração teria tentado impedir a reeleição de Dilma, segundo Cristina.
"Mal Dilma foi reeleita e começaram as campanhas de corrupção, os 'caceloraços'. E ninguém sabia bem por que haviam os 'cacerolaços'".
Cristina falou em discurso de cerca de duas horas, transmitido em cadeia nacional, em que defendia seu partido.
'TUITAÇO'
Na Venezuela, Nicolás Maduro promoveu um "tuitaço" em apoio a Dilma e a Lula.
Durante a tarde, as hashtags #AmericaLatinaConBrasil e #LulaDilmaSomosTodos estiveram entre os tópicos mais comentados por usuários do Twitter na Venezuela.
Para Eugenio Martinez, jornalista de política, o grande volume de postagens é obtido artificialmente.
"#AmericaLatinaconBrasil é tendência na Venezuela graças ao trabalho de 835 contas que postam 93 tweets por minuto", escreveu.Não foi possível verificar a sua acusação.
O tuitaço começou por volta das 13h locais, quando Maduro divulgou post em português: "Junto-me à jornada mundial de solidariedade e amor ao Brasil."
O tema foi retuitado por pesos pesados do chavismo. "Por nossa pátria grande livre e soberana, nos unimos ao povo irmão do Brasil para dizer LulaDilmaSomosTodos", escreveu o governador do Estado de Aragua, Tareck El Aissami.
A chanceler Delcy Rodríguez afirmou que o governo petista é alvo de uma tentativa de "golpe suave" orquestrado pelo "império", referência aos EUA.
fiscalização
O diretor de redação do jornal venezuelano "El Nacional", Miguel Henrique Otero, pediu que senadores brasileiros façam um apelo para que o governo federal ajude a fiscalizar as eleições legislativas em seu país.
Em visita à Comissão de Relações Exteriores do Senado, Otero disse que a Venezuela "é uma ditadura que sufoca, de todas as formas" os meios de comunicação críticos ao governo e não respeita opiniões divergentes.