Youssef usava agente da PF para transportar malas de dinheiro
Policial federal foi um dos presos em etapa da Operação Lava Jato
A amizade entre Beto e Careca começou há pouco mais de dez anos em Foz do Iguaçu. Lá, Beto pediu que Careca transportasse uma mala de dinheiro para um cliente noutro ponto do Estado.
Começou aí uma relação de confiança: ambos se chamavam apenas pelos apelidos. Beto é o doleiro Alberto Youssef. Careca é o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, 52.
Até esta sexta (14), Oliveira Filho estava lotado na PF no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio. O policial foi um dos presos na sétima etapa da Operação Lava Jato.
O depoimento da doleira Nelma Kodama, ex-namorada de Alberto Youssef e também presa na Lava Jato, começou a revelar os laços desta amizade à favor do crime.
O policial usou o cargo, segundo as investigações, para transportar dinheiro para Youssef sem ser revistado. Usou voos comerciais, jatos particulares e carros blindados para cumprir as tarefas.
A polícia interceptou 66 conversas entre o doleiro e o policial. Numa delas Oliveira Filho diz que levou dinheiro em uma mala até um escritório da UTC, em Belo Horizonte.
O policial era um dos quatro homens escolhidos por Youssef para transportar dinheiro. Ele também atuava como informante.