Ministério avalia abrir sindicância para apurar acusações de doleiro
Órgãos ligados à pasta de Cidades renderam propina, diz Youssef
O Ministério das Cidades diz avaliar abrir sindicância para apurar as acusações do doleiro Alberto Youssef, que afirmou em depoimento que políticos recebiam propina para facilitar negócios com órgãos ligados à pasta, como Denatran e CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos).
O ministério diz que contribuirá com as investigações em curso. Como revelou a Folha neste domingo (8), o delator mencionou pagamentos em outras estatais, como Furnas, e em fundos de pensão dos Correios, da Petrobras e de Estados e municípios.
O dono do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, citado como intermediário de pagamento a políticos do PP por meio de um contrato da Federação Nacional da Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), disse que nunca conheceu Youssef.
"Eu tinha 25% de uma empresa que foi contratada pela Fenaseg, mas o nome dela não era GRF, como consta na declaração", iniciou.
Montenegro diz que sua empresa, a Gravanis, foi escolhida para montar uma base de dados após comparação com concorrentes. "Foi um negócio com empresas privadas, nada a ver com política".
Diz ainda que a atuação do Ibope "sempre desagrada a algum político, tanto que um deputado do PP pediu uma CPI". "Essa história não tem nexo. É retaliação braba mesmo."
Outros citados por Youssef não comentaram as acusações até a conclusão desta edição.