À CPI gerentes contradizem versão de superior
Gerentes do segundo escalão da Refinaria Abreu e Lima apontaram nesta segunda (8) à CPI da Petrobras uma contradição no depoimento do superior deles, o ex-gerente-geral Glauco Legatti.
Apesar de Legatti ter dito que nunca indicou membros para as comissões de licitação dos contratos de Abreu e Lima, ao menos dois ex-gerentes subordinados a ele afirmaram o contrário.
"Na minha época, em 2008, ele [Legatti] indicou sim, mas posteriormente os gerentes das unidades eram quem indicavam", disse o engenheiro Abenildo Oliveira.
Outro funcionário, Heleno Lira, afirmou que Legatti fazia essas indicações em contratos "de maior porte".
O deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) defendeu uma acareação entre Legatti e dois delatores da Lava Jato, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e o empresário Shinko Nakandakari, que disse ter pago R$ 400 mil a Legatti.
A CPI ouviu nesta segunda funcionários da Petrobras que atuaram nas refinarias de Abreu e Lima, de Capuava e no Comperj. Eles afirmaram desconhecer corrupção ou irregularidades nas obras.
HABEAS CORPUS
Nesta terça (9), a CPI vai ouvir o consultor Júlio Faerman, acusado de intermediar propina da holandesa SBM Offshore a funcionários da estatal. Faerman, porém, obteve junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) um habeas corpus que lhe dá o direito de ficar calado e ainda o desobriga de ter que dizer a verdade à CPI.