Híbridos lideram a "corrida elétrica"
Movidos por eletricidade ou combustível, modelos têm mais autonomia que aqueles que dependem das tomadas
Híbridos têm produção mais cara e funcionamento complexo, mas não deixam usuário na mão
Embora os primeiros elétricos e híbridos (movidos ora por eletricidade, ora por combustível fóssil) tenham surgido no século retrasado -o primeiro híbrido do mundo, o Lohner-Porsche, é de 1898-, somente agora eles encontraram alguma viabilidade comercial e operacional.
Ainda assim, enfrentam limitações. As principais são a baixa autonomia no modo elétrico e o preço elevado.
Por exemplo, o Ford Fusion Hybrid (190 cv), disponível no país desde a geração passada, custa R$ 20 mil a mais que o modelo turbinado 2.0 Ecoboost (240 cv), que é vendido por R$ 108,7 mil.
ELÉTRICOS X HÍBRIDOS
Se hoje os consumidores se debruçam sobre as vantagens de um SUV, um sedã ou um hatch, em breve terão que decidir quem atenderá suas necessidades: um carro movido apenas a energia elétrica ou aquele que combina as duas fontes propulsoras.
Por enquanto, os híbridos levam vantagem. No test drive promovido pela SAE no campo de provas da Chevrolet, Audi E-tron, Chevrolet Volt, Toyota Prius e Lexus CT200h podiam ser experimentados por quanto tempo fosse necessário.
Os híbridos jamais pararam de funcionar, já que as baterias eram reabastecidas pelo motor a combustão e pelos freios regenerativos.
Já o elétrico Renault Zoe, um dos mais disputados, logo teve de ser encostado por falta de energia.
O porta-malas até trazia o recarregador, mas ali era inútil. Em uma pista de testes, tomadas são raridade.
No entanto, no futuro, os carros puramente a eletricidade deverão ser maioria.
"Os híbridos são uma transição até que se resolva a questão da infraestrutura. Depois, devem desaparecer. Além de mais complexos, são mais caros de produzir do que os elétricos", prevê Raul Beck, vice-presidente da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE Brasil.
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LEXUS CT 200H
Seus números de economia e desempenho são praticamente idênticos aos do Prius. O Lexus se diferencia pelo visual, além de ter status de carro de luxo. Assim como o Toyota, roda pouco no modo elétrico.
Quando combinados, os dois motores garantem aceleração se não empolgante, ao menos satisfatória. Seu uso na cidade, contudo, fica um pouco comprometido devido à sua altura em relação ao solo, inferior à do primo.
R$ 23 mil mais caro que o Prius (cujo preço acaba de baixar para R$ 111 mil), o CT200h tem a cabine luxuosa, mas com menos apelos tecnológicos: enquanto o Toyota exibe uma miríade de gráficos de funcionamento do sistema híbrido, o Lexus oferece menos informações, timidamente concentradas no painel de instrumentos. O motorista só lembra que está em um carro futurista pela alavanco do câmbio, mais parecida com um botão.
BMW I3
Enquanto os outros carros elétricos são projetos para um futuro próximo no Brasil, o BMW i3 já é realidade. Apesar de o preço ser alto (R$ 226 mil), o primeiro automóvel alimentado por energia elétrica vendido regularmente no país abre caminho para outros projetos.
Seu funcionamento mostra que a tecnologia é viável. Ágil no trânsito e com espaço suficiente para quatro adultos, o pequeno alemão pode rodar até 200 km no modo Eco Pro+ (nesse caso, o funcionamento do ar-condicionado é interrompido). O carro vem com um motor de scooter, que funciona como gerador a gasolina em situações que impossibilitem a recarga em uma tomada.
RENAULT ZOE
Exceto pelo formato de hatch, não há nada que faça o Renault Zoe lembrar um carro a combustão. Tudo no compacto remete ao ano de 2040: o painel é plenamente digital, com informações simples e diretas sobre consumo da bateria, modo de recarga e velocidade. Uma central multimídia traça um raio-x do que acontece com o carro e quanto o motorista está conduzindo de forma "verde".
Como em todo elétrico, o torque é sempre pleno, o que resulta em acelerações mais vigorosas do que em um compacto a combustão. Há bom isolamento acústico, mas o acabamento interno é simples, com plástico abundante nas portas. Destaque para a boa posição de dirigir e para os bancos confortáveis.