BNDES aciona garantias em dívidas da Americanas

Com a cobrança, banco diz que não tem mais exposição à empresa em recuperação judicial

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Rio de Janeiro

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) informou nesta segunda-feira (23) que acionou as fianças bancárias que garantiam os dois empréstimos vigentes com a Americanas. A varejista entrou em recuperação judicial na semana passada.

Após a honra das fianças, o banco estatal diz que não terá mais exposição à varejista. As fianças são dadas por instituições financeiras como garantias na concessão de empréstimo pelo BNDES. Assim, na prática, a exposição não é à Americanas, mas aos garantidores.

Donos de imóveis alugados para a Americanas evitam despejo para não lidar com custos de brigas na Justiça - Ueslei Marcelino - 12.jan.2023/Reuters

O BNDES não informou o valor das fianças nem quais bancos concederam garantia aos empréstimos da Americanas, que somam R$ 2,4 bilhões. Deste total R$ 1,17 bilhão já haviam sido desembolsados pelo banco de fomento.

Nesta quinta-feira (19), em meio a uma batalha judicial com seus maiores credores após o anúncio de um escândalo contábil, a companhia entrou em recuperação judicial para equacionar uma dívida de R$ 43 bilhões.

A empresa não vinha contabilizando devidamente como dívida operações de crédito para financiar a compra de mercadorias junto a fornecedores ao longo dos últimos anos, estratégia que veio a público na semana passada.

A lista de credores da Americanas deveria ter sido entregue à Justiça nesta segunda (23), mas a empresa pediu mais 48 horas, alegando que só teve acesso à decisão que estabeleceu o prazo inicial no sábado (21), por causa do feriado de São Sebastião, comemorado na última sexta-feira (20), no Rio de Janeiro.

Ao todo, segundo a companhia, são 16,3 mil credores, na quarta maior recuperação judicial da história do país (atrás apenas de Odebrecht, Oi e Samarco).

Neste domingo (22), os acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, afirmaram que jamais tiveram conhecimento e que nunca admitiriam quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia.

"Assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto", disseram os três acionistas, que juntos detêm 30,1% das ações da companhia.

Eles foram incluídos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nas investigações sobre o caso, em processo que apura se houve omissão de informações relevantes no primeiro comunicado sobre o tema, divulgado no dia 11 de janeiro.

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