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Viúva de Arafat acionará a Justiça da França para esclarecer morte
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DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A viúva do ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, revelou nesta terça-feira que entrará com um processo judicial na França após uma reportagem da rede de televisão Al Jazeera, do Qatar, revelar que ele pode ter sido envenenado.
O advogado de defesa de Suha Arafat, Pierre-Olivier Sud, revelou que a ex-mulher do palestino "espera que as autoridades sejam capazes de estabelecer as circunstâncias exatas da morte de seu marido e descubram a verdade para que a justiça seja feita".
De acordo com o defensor, a natureza da ação ainda será determinada, mas o processo deverá ser apresentado até o fim deste mês. Ela poderá ser apresentada contra uma pessoa específica ou pessoas desconhecidas.
As principais acusações sobre a morte de Arafat, em novembro de 2004, surgiram após os médicos franceses que o tratavam não conseguirem determinar a causa do óbito. Na dia 3, a Al Jazeera afirmou que o líder histórico foi envenenado com polônio, uma substância radioativa, após análises de um laboratório na Suíça.
As análises foram feitas com uma amostra biológica extraída dos pertences do dirigente palestinos e entregues a sua viúva, Suha, pelo hospital militar de Percy, sul de Paris, onde Arafat morreu, segundo François Bochud, diretor do Institute for Radiation Physics de Lausanne, na Suíça.
"A conclusão é que achamos um nível significativo de polônio nas amostras", acrescentou Bochud no documento, que precisou de nove meses para ser concluído, segundo a Al Jazeera.
POLÔNIO
O polônio é uma substância pouco comum e altamente radioativa. Ele teria sido utilizado para envenenar o ex-espião russo Alexander Litvinenko, morto em Londres, em 2006.
Arafat adoeceu em seu quartel-general de Ramallah, na Cisjordânia, sitiado pelo Exército israelense, e morreu em 11 de novembro de 2004, em Percy.
Sua morte é um enigma. Os quase 50 médicos que se revezaram para cuidar do líder não indicaram a razão exata da deterioração de seu estado de saúde. Os palestinos acusaram Israel de tê-lo envenenado.
Para confirmar a tese de morte devido a uma intoxicação por polônio, seria preciso exumar os restos de Arafat e analisá-los, afirmou Bochud.
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