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25/05/2010 - 08h11

Justiça tailandesa determina prisão de ex-premiê Thaksin por terrorismo

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DA FRANCE PRESSE, EM BANCOC

Um tribunal tailandês decidiu nesta terça-feira emitir uma ordem de prisão por terrorismo contra o ex-primeiro-ministro atualmente exilado, Thaksin Shinawatra, depois dos distúrbios que atingiram nas últimas semanas o país e deixaram cerca de cem mortos.

"Um tribunal aprovou o pedido do departamento de Investigações especiais (DSI) de emitir um mandato de detenção por terrorismo", indicou Naras Savestanan, chefe adjunto do DSI, precisando que existem provas suficientes para que Thaksin seja preso.

Recentemente, o ex-chefe de governo (2001-2006) desmentiu ser "cérebro dos terroristas" e ter bloqueado as negociações entre o governo e os camisas vermelhas, que se manifestaram durante mais de dois meses para fazer o governo de Abhisit Vejjajiva cair.

Ícone para inúmeros "camisas vermelhas", Thaksin foi derrubado em 2006 por um golpe de Estado militar. Desde então, vive no exílio para escapar de uma condenação a dois anos de prisão por corrupção.

As violências registradas no país deixaram 88 mortos e 1.900 feridos.

As autoridades tailandesas também decidiram prolongar por mais quatro noites o toque de recolher decretado em bancoc e 23 províncias.

Censura

Ainda na segunda-feira o partido opositor tailandês Puea Thai apresentou uma moção de censura contra o governo para tentar derrubar o primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, e vários membros de seu gabinete.

A medida vem depois de dois meses de intensos protestos dos manifestantes da oposição, conhecidos como camisas vermelhas, que acabaram com confrontos, violência e a morte de ao menos 83 pessoas.

A moção inclui o primeiro-ministro e os ministros de Relações Exteriores, Kasit Piromya; de Finanças, Korn Chatikavanij; do Interior, Chavarat Charnvirakul; e o de Transporte, Sohpon Zarum.

Fundado há dois anos por aliados do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, apoiado pelos camisas vermelhas, o partido Puea Thai conta com 233 das 480 cadeiras da Câmara Baixa do Legislativo.

Se a moção de censura for admitida, o debate sobre a derrubada do governo poderá ocorrer em sessões extraordinárias a partir de 24 de maio, para negociar os orçamentos de 2011.

Ordem e caos

Bancoc e 23 províncias da Tailândia estão sob toque de recolher desde quarta-feira, quando o Exército acabou a ocupação dos camisas vermelhas no coração financeiro da capital.

A intervenção militar deixou 15 mortos e dezenas de feridos. As autoridades conseguiram encerrar os protestos e retomar o controle de Bancoc.

Sakchai Lalit/AP
Soldado tailandês em frente ao maior shopping center do país, o Central World, que foi alvo de incêndio
Soldado tailandês em frente ao maior shopping center do país, o Central World, que foi alvo de incêndio

"Restauramos a ordem em Bancoc e nas províncias da Tailândia", declarou Abhisit em um discurso exibido na televisão, dois dias após a invasão militar do bairro do centro da capital que era ocupado pelos manifestantes antigoverno desde o início de abril.

"Continuaremos garantindo o rápido retorno à normalidade, mas reconhecemos que devemos enfrentar grandes desafios, sobretudo o de superar as divisões de nosso país", completou.

Abhisit também anunciou uma investigação independente sobre os acontecimentos dos últimos dois meses, que deixaram ao menos 83 mortos e mais de 1.800 feridos.

A Tailândia tem um histórico de crises políticas, dividida entre os camisas vermelhas, formados pela classe rural e as classes urbanas mais pobres, e os camisas amarelas, formados pelas classes aristocrata e monarquista, que derrubaram o governo em 2008, depois de duros protestos.

 

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