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Grupo terrorista ligado à Al Qaeda promete mais atentados em Uganda
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O líder do grupo radical islâmico Al Shabab, Ahmed Abdi Aw Mohamud Godane, aplaudiu os terroristas suicidas que mataram 77 pessoas em Uganda no domingo, e ameaçou mais ataques no país.
Abu Zubeyr, como também é conhecido, disse que os ataques contra um clube de rugby e um restaurante foram realizados pela Brigada Salah Alnabhani, do próprio grupo terrorista somali. O Al Shabab tem ligação com a Al Qaeda.
Ataques em Uganda são os mais violentos na região desde 1998
Análise:Explosões apontam para perigo da guerra na Somália
Saiba mais sobre o grupo que assumiu a autoria dos ataques
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"Felicito a brigada de nosso mártir Salah Alnabhani, que completou com sucesso um ataque santo em Uganda", disse Godane, em mensagem gravada e divulgada pela imprensa da Somália.
Segundo ele, o ataque é o começo de uma campanha de vingança. "As forças ugandenses nos bombardeiam diariamente em Mogadíscio matando nossos irmãos e irmãs, destruindo nossas casas e se negando a deixar-nos em paz. Agora, eles também não terão paz", ameaçou.
O líder do Al Shabab prometeu mais ataques em Uganda, Burundi e "qualquer outro país que envie tropas à Somália".
Uganda e Burundi são, até agora, os únicos países que cedem tropas à missão da União Africana na Somália (Amisom), em suporte ao governo de transição, que conta com o apoio da comunidade internacional e que o Al Shabab tenta derrubar.
A polícia de Uganda afirmou nesta terça-feira que encontrou um cinto com explosivos não detonados na capital Kampala. Algumas pessoas foram presas após o artefato ter sido achado. "Prisões foram feitas na tarde de ontem, após um cinto suicida não detonado foi encontrado na área Makindye", disse o porta-voz governamental Fred Opolot.
ATAQUES
No último domingo, atentados a bomba mataram 77 torcedores em um restaurante etíope e um clube de rugby em Campala, capital de Uganda. O grupo islâmico somali Al Shabab reivindicou a autoria do ataque como retaliação à participação ugandense na missão de paz da União Africana (Amisom) na Somália.
Arte/Folha | ||
A polícia já suspeitava do grupo Al Shabab, ligado à rede terrorista Al Qaeda. O porta-voz do grupo, xeque Ali Mohamud Rage, disse que seus militantes levarão os ataques "contra nosso inimigo onde quer que ele esteja". "Ninguém vai nos deter de realizar nosso dever islâmico".
Ronald Kabuubi/Reuters | ||
Policiais ugandenses chegam à cena das explosões do domingo, que mataram ao menos 74 pessoas |
O Al Shabab, que sofre cada vez mais influência de militantes estrangeiros veteranos do Afeganistão e Iraque, ameaçava há tempos um ataque fora da fronteira somali, mas os atentados da noite deste domingo em Uganda são os primeiros.
A confirmação da autoria do grupo somali levanta preocupações sobre a capacidade e os motivos do Al Shabab, que os Estados Unidos consideram organização terrorista.
HISTÓRICO
O duplo atentado é o mais violento cometido na África oriental desde os ataques sucedidos contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 7 de agosto de 1998, que mataram ao menos 240 pessoas.
A primeira bomba foi detonada às 22h55 (16h55 em Brasília) no restaurante Vila Etiópia, no sul da capital de Uganda. Cerca de 20 minutos depois, duas bombas simultâneas atingiram os torcedores que viam a final entre Espanha e Holanda da Copa do Mundo no Lugogo Rugby Club.
Marc Hofer/AP | ||
Mesas e cadeiras reviradas após explosão em restaurante em Campala, onde torcedores viam final da Copa |
No principal hospital de Campala, dezenas de pessoas procuravam por seus familiares. Muitos dos feridos eram atendidos nos corredores, diante da falta de recursos e da superlotação.
Com sua camiseta manchada de sangue, Collins Zziwa passava pelos corredores em busca de um amigo que não apareceu mais. Poucas horas antes, ele estava com um grupo de amigos em frente à TV do clube de rugby.
Zziwa contou que poucos minutos antes do fim do segundo tempo ouviu duas explosões que transformaram a festa em uma tragédia. "Quando ocorreu a explosão, cai e quando estava levantando ouvi uma segunda explosão", disse.
Entre as vítimas da tragédia, se encontra um cidadão americano que trabalhava para uma ONG em Campala. Além disso, cinco americanos ficaram feridos e foram hospitalizados.
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