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16/07/2010 - 22h31

Chávez pede que Obama extradite banqueiro acionista da Globovisión

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O líder venezuelano Hugo Chávez pediu nesta sexta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a extradição do dono do Banco Federal, Nelson Mezerhane, que também é acionista da emissora de televisão venezuelana Globovisión.

"Tomara que Obama o extradite como deveria", exclamou Chávez em uma cerimônia na qual abordou uma série de assuntos. Segundo ele, Obama deveria extraditar Mezerhane, a quem chamou de "ladrão".

Pesa sobre o banqueiro um mandado de prisão internacional por causa de uma intervenção do Estado no Banco Federal em 14 de junho passado por problemas de liquidez.

No dia da intervenção, feita pela estatal Superintendência de Bancos (Sudeban), Mezerhane declarou à Globovisión que estava na cidade americana de Miami fazendo exames médicos.

Os depósitos dos 600 mil clientes do banco estão sendo devolvidos por bancos estatais com recursos públicos que Chávez advertiu que serão pagos com bens de Merzerhane.

Em um de seus últimos comentários sobre o assunto, durante uma cerimônia na semana passada com a presença de clientes do Banco Federal, Chávez disse que Merzehane "fugiu com 7 bilhões de bolívares (US$ 1,6 bilhão), que é o total aproximado das poupanças" dos clientes do banco.

Chávez disse que Mezerhane tem pelo menos 300 empresas, "inclusive a Globovisión". Delas, o Estado venezuelano deve se apoderar dos bens para se ressarcir do custo de compensação aos clientes do Banco Federal.

ZULOAGA

A polêmica em torno da emissora Globovisión inclui também seu presidente, Guillermo Zuloaga, que nos últimos dias recorreu à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para "buscar justiça".

"Viemos buscar a justiça que não encontramos na Venezuela", disse Zuloaga nesta sexta-feira em Washington, em um contato com a Globovisión. "Como é público e notório, o presidente Chávez ordenou nossa detenção", acrescentou.

"Ratifico a todos nossos telespectadores que não descansarei em nenhum momento pelos princípios e valores de nosso país. Contem comigo onde quer que eu esteja."

Zuloaga e seu filho foram formalmente acusados no dia 29 de junho pela Promotoria venezuelana pelos crimes de "usura" e associação para o crime, que contemplam penas de um a cinco anos de prisão.

PRISÃO

No começo de junho, um tribunal de Caracas emitiu ordem de prisão contra o presidente da Globovisión, meio que mantém uma linha editorial muito crítica ao governo do presidente Hugo Chávez, e seu filho pelo crime de usura, do qual ambos foram acusados em 2009 pelo suposto armazenamento irregular de 24 veículos.

Em declarações por telefone à Globovisión, Zuloaga explicou que não se entregará à Justiça e garantiu que tanto ele quanto a Globovisión são vítimas da "injustiça e a perseguição do governo de Chávez".

O empresário, de 67 anos, tem vários casos abertos na Justiça e estava proibido de deixar o país, já que em março foi acusado de divulgar informações supostamente falsas e de ofender o presidente venezuelano.

O presidente Chávez refutou as críticas e garantiu que a decisão da Justiça nada tem a ver com a linha editorial da Globovisión, que por sua vez tem vários processos abertos e foi ameaçada de fechamento em várias ocasiões.

 

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