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Zimbábue poderá vender novos diamantes
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FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
O Zimbábue conseguiu anteontem a autorização para vender diamantes de um novo e gigantesco campo descoberto no leste do país, apesar dos protestos de organizações de direitos humanos.
A liberação foi dada nesta semana pelo órgão internacional que lida com o comércio destas pedras, chamado Processo de Kimberley.
O impasse sobre os diamantes do campo de Marange se arrastava havia um ano. Brasil, países africanos e outros emergentes eram favoráveis à autorização, mas EUA, União Europeia, Canadá, Austrália e ONGs faziam oposição, relatando contrabando e repressão no local.
Descoberto em 2006, o campo está sob comando direto do Exército zimbabuano, leal ao ditador Robert Mugabe. Há relatos de centenas de mortes.
Os diamantes são vistos como possível tábua de salvação para Mugabe. Presidente há 30 anos, ele se viu enfraquecido recentemente, após grave crise econômica.
O acordo foi um meio-termo, autorizando a venda inicial de dois lotes de diamantes. Outros dependerão de futuras ações do governo.
"Os últimos meses foram difíceis, mas demonstraram claramente que o Processo de Kimberley tem força", disse o presidente Boaz Hirsch.
ONGs receberam a notícia com reservas. "A bola agora está com o Zimbábue para cumprir suas promessas e agir para encerrar um dos casos mais sérios de violência relacionada a diamantes em muitos anos", afirmou Annie Dunnebacke, da Global Witness.
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