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22/07/2010 - 17h18

Chanceler brasileiro inicia novo giro pelo Oriente Médio na sexta-feira

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DE SÃO PAULO

Após participar da 8ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Luanda na sexta-feira (23), o chanceler brasileiro Celso Amorim visitará a Líbia, Turquia, Israel, os territórios palestinos na Cisjordânia e a Síria.

A viagem chega três dias após o Brasil anunciar que vai doar R$ 25 milhões para a reconstrução de Gaza.

O ministério das Relações Exteriores divulgou que Amorim representará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na conferência da CPLP, organização criada 1996 e integrada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O tema central da Conferência de Luanda será "Solidariedade na Diversidade no espaço da CPLP".

O Itamaraty disse ainda que durante a Cúpula deverão ser adotados a Declaração de Luanda e o Plano de Ação de Brasília para a Promoção, a Difusão e a Projeção da Língua Portuguesa, emanado da Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial (Brasília, março de 2010). Os Estados Membros discutirão, ainda, a adoção do Regulamento dos Observadores Associados da CPLP.

Na ocasião, deverão ser aprovados os novos Estatutos do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (ILLP). Pelo critério rotativo, caberá ao Brasil indicação de candidato para ocupar sua Diretoria-Executiva.

De acordo com nota divulgada Itamaraty Amorim deverá manter "reuniões com autoridades locais, para tratar de temas bilaterais e dar seguimento a diálogos sobre a situação regional do Oriente Médio".

No sábado o chanceler terá reuniões em Trípoli (Líbia), no domingo em Istambul (Turquia), na segunda-feira em Rammallah (Cisjordânia), na terça-feira em Jerusalém (Israel) e na quarta-feira em Damasco (Síria).

O Brasil tem defendido uma maior participação de nações em desenvolvimento nos diálogos internacionais na região, tentando obter um papel nas conversações de paz entre palestinos e israelenses e também na questão do programa nuclear iraniano.

Lula já esteve na região conversando com líderes da ANP (Autoridade Nacional Palestina) e de Israel, além de ter fechado um acordo com o Irã e a Turquia pouco antes de o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovar novas sanções à República Islâmica.

GAZA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a visita do comissário de Relações Exteriores do partido palestino Fatah, Nabil Shaat, ao Brasil para sancionar projeto que libera R$ 25 milhões para reconstrução de Gaza. O projeto, de iniciativa do governo, foi aprovado pelo Congresso.

Marri Nogueira/Folhapress
Em Brasília, Lula recebe a visita de Nabil Shaat, ministro das Relações Exteriores palestino
Em Brasília, Lula recebe a visita de Nabil Shaat, ministro das Relações Exteriores palestino

Na visita ao presidente, Shaat entregou uma carta enviada pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pedindo que o Brasil não deixe de participar das negociações pela paz no Oriente Médio.

"Ele [Shaat] veio com uma carta de Abbas, pedindo apoio para a Palestina num momento especialmente crítico das negociações. Persistem preocupações quanto aos assentamentos e quanto à aceitação das fronteiras de 1967. Eles [palestinos] têm muito interesse em que o Brasil permaneça envolvido nessas discussões sobre a paz no Oriente Médio", disse o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores),que participou da reunião no gabinete de Lula.

Amorim irá na semana que vem a Israel e à Palestina.

Os recursos do Brasil serão depositados em um fundo gerenciado pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Em meados de março, Lula esteve em Israel, territórios palestinos ocupados e Jordânia, na primeira visita de um líder brasileiro a esses locais. A viagem ocorreu após as visitas ao Brasil dos presidentes Shimon Peres, de Israel, Mahmoud Abbas, da ANP (Autoridade Nacional Palestina), e do Rei Abdullah 2º, da Jordânia.

Na época, o presidente afirmou que o Brasil não quer "se meter na discussão" sobre a paz na Oriente Médio, mas sim foi convidado pelos países envolvidos na polêmica, que notaram "a boa relação que o Brasil mantém com todos os países e com todas as facções políticas" da região.

BRASIL DOADOR

Na semana passada, a revista britânica "The Economist" publicou reportagem afirmando que o Brasil já se tornou um dos maiores doadores internacionais para áreas de risco ou financiamento de projetos.

Reprodução

A reportagem indica que o orçamento oficial da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) é de R$ 52 milhões, mas um levantamento feito pelo Instituto de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido e o Centro de Pesquisa em Desenvolvimento Internacional do Canadá mostra que no total uma série de agências do governo brasileiro gastam ao menos 15 vezes mais do que isso em seus próprios programas de assistência.

A revista britânica apontou que Brasília contribui com cerca de R$ 35 a R$ 44 milhões por ano com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mas de acordo com o chefe do programa da ONU no país o valor real seria de R$ 177 milhões.

Outras iniciativas brasileiras incluem: R$ 531 milhões ao Programa Mundial de Alimentos da ONU, R$ 619 milhões à reconstrução do Haiti; pequenas ações em Gaza, e cerca de R$ 5,8 bilhões em empréstimos comerciais que empresas brasileiras privadas concederam a países pobres desde 2008 por meio do BNDES.

Somando-se todas as frentes, o montante de ajuda internacional que o Brasil fornece a outros países chega a cerca de R$ 7 bilhões por ano -- menos do que a China, mas similar ao que tradicionais "generosos" doadores como o Canadá e a Suécia concedem a outras nações. E ao contrário dos ocidentais, o montante brasileiro triplicou desde 2008.

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

 

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