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Comandante da Otan no Afeganistão proíbe ataques em áreas com civis
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O chefe das tropas dos Estados Unidos e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Afeganistão, David Petraeus, apresentou nesta quarta-feira uma diretiva atualizada sobre as regras de combate na guerra aos militantes islâmicos do Taleban.
Sob duras críticas pela morte de civis, Petraeus reforçou a orientação do antecessor, Stanley McChrystal, e proibiu ataques em zonas de combate em que haja suspeitas de haver civis.
A morte de civis é um dos temas mais delicados da ação das forças da Otan na luta contra o Taleban no país. Em relatório entregue no ano passado ao governo americano, McChrystal afirmou que, ao causar a morte de civis e danos colaterais "desnecessários", a coalizão pode perder a batalha contra o Taleban.
Petraeus já declarara sua intenção de reduzir as vítimas civis "ao mínimo absoluto" e que manteria a estratégia de redução do uso de bombardeios aéreos.
Segundo nota divulgada hoje, o general Petraeus enviou a suas tropas no último domingo uma atualização dos planos táticos, a primeira que faz desde que assumiu em julho o comando das tropas estrangeiras no Afeganistão.
"Antes do uso da ordem de fogo, o comando que aprova a ação deve assegurar que não haja civis presentes" ou, em caso contrário, o fogo está proibido, determina Petraeus no documento.
O documento, intitulado "Uso Disciplinado da Força", traz duas exceções. A organização se limitou a dizer que elas têm a ver com "o risco para as tropas afegãs e da Otan".
"Devemos equilibrar nossa perseguição ao inimigo com nossos esforços para minimizar as perdas de vidas civis inocentes", diz o general, no documento.
As exceções parecem responder às críticas dos militares americanos às determinações de McChrystal, que, segundo eles, colocavam-nos em risco e davam grande vantagem aos talebans.
CIVIS MORTOS
Ao menos 1.074 civis morreram apenas no primeiro semestre deste ano no conflito no Afeganistão, uma alta de 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados divulgados pela ONG Afghanistan Rights Monitor (ARM), que culpa os insurgentes por 61% das mortes.
Outros 1.500 civis ficaram feridos neste mesmo período, segundo o relatório semestral da ONG sobre as vítimas da guerra.
Segundo a ARM, 210 civis foram mortos em ações das tropas da Otan, no que a ONG considerou uma "redução considerável" de 26% para 20% do total, em relação ao mesmo período de 2009. A ONG atribuiu a queda às restrições impostas aos bombardeios aéreos.
Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), o ano de 2009 foi até agora o mais sangrento para a população civil do Afeganistão desde a queda do regime taleban, com 2.412 mortos, devido ao aumento da atividade insurgente e a expansão do conflito nas novas zonas.
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