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10/08/2010 - 11h00

Encontro de Santos e Chávez abordará Farc, EUA e dívidas, diz chanceler colombiana

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Horas antes da reunião entre os presidentes Juan Manuel Santos, da Colômbia, e Hugo Chávez, da Venezuela, a chanceler colombiana reiterou que o objetivo do encontro é recompor as relações entre os dois países, mas que seu país prefere dar início às conversas com cautela e que as discussões abordarão temas cruciais para resolver a crise diplomática.

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María Ángela Holguín expressou contensão ao comentar a reunião entre os dois líderes que ocorre às 14h de Brasília. "Não quero pecar por ser otimista. Sinto que para o povo colombiano também, sobretudo para muitas regiões, isto é muito, muito importante, e o fato de que não cheguemos a algo me dá muita preocupação de ser responsável por ser otimista", explicou ela à imprensa colombiana.

Para a chanceler "o objetivo" da reunião "é recompor as relações", mas isso não significa que a decisão já esteja concretizada, e sim que a intenção dos dois países é esta, indicando que ainda há questões muito importantes que seu país quer levar à mesa de discussões na tarde desta terça-feira.

AP/Efe
Líder da Venezuela, Hugo Chávez (esq), insiste em diálogo com respeito mútuo com o colombiano Santos
Líder da Venezuela, Hugo Chávez (esq), insiste em diálogo com respeito mútuo com o colombiano Santos

Caracas rompeu relações diplomáticas com Bogotá no dia 22, ao ser acusada perante o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) de permitir em seu território a presença de 87 acampamentos com 1.500 guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).

PAUTA DO ENCONTRO

Holguín apontou que as acusações sobre a presença de guerrilheiros em solo venezuelano será um dos temas a serem abordados na reunião, assim como o pagamento de cerca de US$ 800 milhões que a Venezuela deve a empresas colombianas há muitos anos.

A chanceler também não descartou que na pauta esteja o acordo firmado pelo governo do ex-presidente Álvaro Uribe com os Estados Unidos em outubro passado, através do qual militares norte-americanos utilizarão bases da nação sul-americana por até dez anos.

O pacto foi motivo de inúmeras discussões no subcontinente, já que mandatários da região, como por exemplo Chávez, temiam que a iniciativa ameaçasse a paz e soberania de seus países.

"Tudo ficará sujeito ao que acontecerá na reunião de hoje", reiterou a ministra, comentando que durante o encontro, na cidade colombiana de Santa Marta, ambos presidentes terão um momento para falar sozinhos.

FIM DA CRISE?

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, receberá nesta terça-feira o seu colega venezuelano, Hugo Chávez, na cidade de Santa Marta, na esperança de reatar as relações diplomáticas rompidas no mês passado.

Fontes da presidência colombiana informaram que a reunião ocorrerá no histórico balneário caribenho onde morreu Simón Bolívar, herói da independência dos dois países.

A reunião foi decidida domingo em Bogotá pelos chanceleres María Angela Holguín (Colômbia) e Nicolás Maduro (Venezuela), um dia depois da posse de Santos como presidente da Colômbia.

Durante a campanha eleitoral, o novo presidente colombiano havia dito que ele e Chávez eram "como água e óleo", mas se comprometeu a manter boas relações e respeito mútuo, embora por sua vez tenha apontado o venezuelano como uma ameaça de guerra na região. Nas últimas semanas, no entanto, ambos vinham fazendo declarações conciliadoras.

No ano passado, Chávez já havia restringido as relações diplomáticas e comerciais com a Colômbia, por causa de um acordo militar que ampliava a presença militar norte-americana no território colombiano.

EXPECTATIVAS

Empresários colombianos esperam que o reatamento entre os dois governos permita a recuperação do comércio bilateral, que em 2008, antes da crise, foi de 7 bilhões de dólares. Até poucos meses atrás, a Venezuela era o segundo principal destino das exportações colombianas, atrás apenas dos EUA.

Apesar da retórica agressiva entre Caracas e Bogotá nas últimas semanas, os mercados não foram afetados, já que não houve preocupações sérias de que a situação pudesse descambar para um conflito armado.

A ex-chanceler colombiana María Emma Mejía disse que, no encontro, a Colômbia deverá pedir explicações à Venezuela sobre a presença de guerrilheiros no seu território, e que Chávez deve se comprometer a não permitir que rebeldes se refugiem no seu país.

Ela lembrou que Santos já foi ministro da Defesa e conhece a realidade militar da guerrilha Farc. "A Colômbia deve pedir à Venezuela explicações sobre as Farc, e ver que linha de ação tomar."

 

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