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Hamas e grupos seculares se opõem a diálogo direto entre palestinos e Israel
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DA REUTERS, EM DAMASCO
Duas organizações palestinas seculares se juntaram neste domingo ao Hamas num chamado para que o presidente da ANP (Autoridade Palestina), Mahmoud Abbas, não ceda às pressões dos Estados Unidos para a retomada de negociações diretas de paz com Israel.
"Insistir no diálogo direto é jogar um salva-vidas para Israel, já que o isolamento do país se aprofunda", declarou o Hamas em comunicado conjunto divulgado depois de uma reunião na capital síria com outras organizações palestinas, entre elas a Jihad Islâmica.
"Um retorno à negociação direta serve aos Estados Unidos e ao objetivo sionista de liquidar os direitos nacionais do povo palestino", acrescentou o comunicado.
O comunicado foi lido por Maher al-Taher, líder da Frente Popular de Libertação da Palestina, que não costuma seguir a linha do Hamas.
A Frente Democrática de Libertação da Palestina, uma organização que há muito defende negociações com Israel e tem um ministro na Autoridade Palestina, também assinou o comunicado.
Segundo eles, o diálogo direto só pode ser retomado sob supervisão internacional e após o fim do cerco à Faixa de Gaza.
Khaled Meshaal, líder do Hamas, afirmou que a reunião foi "excepcional", por ter unido 11 grupos que representam o que ele descreveu como a maioria dos palestinos.
A divisão entre o Hamas, apoiado pela Síria e o Irã, e a Autoridade Palestina, de Abbas, apoiada pelos EUA, tem enfraquecido a causa palestina.
O Hamas não descarta negociações de paz com Israel se o país respeitar o que o grupo considera direitos dos palestinos.
A mídia israelense relatou que Israel rejeitou a proposta palestina de retomar o diálogo de paz direto com base num comunicado dos mediadores internacionais de março.
Abbas indicou que ele poderia aceitar negociações cara a cara, se o diálogo fosse baseado no comunicado de 19 de março dos quatro mediadores da discussão: EUA, União Europeia, Rússia e Nações Unidas.
O comunicado do quarteto diz que Israel deveria interromper a construção de assentamentos na Cisjordânia e alcançar um acordo de paz com os palestinos em 24 meses, dando origem a um Estado palestino com base nas fronteiras existentes antes da guerra de 1967.
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