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07/09/2010 - 10h01

China pede ao Irã que coopere com agência nuclear da ONU

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DA EFE, EM PEQUIM
DE SÃO PAULO

A China pediu nesta terça-feira ao Irã que dê total cooperação à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para garantir à comunidade internacional que seu programa nuclear tem fins pacíficos.

Nesta segunda-feira, a AIEA divulgou relatório no qual criticava o Irã por vetar acesso de inspetores a suas instalações nucleares e destacou que o país ampliou seu estoque de urânio não enriquecido, apesar das novas sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, Jiang Yu, diz que a China "espera que as duas partes incrementem seus esforços para retomar o diálogo e as negociações o quanto antes, para encontrar uma solução completa e de longo prazo para este problema".

China é o principal parceiro comercial do governo de Mahmoud Ahmadinejad com acordos de compra de petróleo e projetos de prospecção e perfuração de até US$ 40 bilhões. O regime comunista é um dos maiores opositores das sanções ao Irã, mas acabou aprovando a quarta rodada de medidas no Conselho de Segurança em junho passado.

O Ministério de Relações Exteriores iraniano qualificou o informe de político e pediu a AIEA que não ceda às pressões políticas e investigue o cumprimento do Tratado de Não Proliferação do "regime sionista" de Israel.

INFORME

A produção total iraniana de urânio de baixo enriquecimento subiu cerca de 15% desde maio, chegando a 2,8 toneladas, segundo o relatório publicado nesta segunda-feira. O crescimento acontece apesar da nova rodada de sanções aprovada em junho pelo Conselho de Segurança da ONU e das sanções unilaterais de vários países.

A agência da ONU afirma ainda que o Irã impede a investigação da agência sobre o uso de seu urânio e nega o acesso a suas instalações nucleares.

O relatório confidencial também aponta que a AIEA continua preocupada com a possível intenção do Irã de desenvolver uma bomba atômica. Até meados de agosto, o país já tinha 22 quilos de urânio altamente enriquecido, provavelmente para um reator de investigação.

"Estima-se que entre 09 de janeiro de 2010 e 20 de agosto de 2010 (...) 22 quilos de UF6, urânio enriquecido a 20%, foram produzidos em sua planta piloto em Natanz", afirma a AIEA.

Até agora, o Irã só enriquecera urânio em Natanz até 5%. O enriquecimento a cerca de 20% só começou no início de fevereiro, com o objetivo alegado de usá-lo como combustível para produção de energia elétrica e uso em isótopos médicos. Para produção de bombas, é necessário urânio enriquecido a 90% --algo que o Irã não teria condições da fazer, segundo analistas.

Segundo fontes diplomáticas que falaram à agência Reuters em condição de anonimato, o relatório coloca mais pressão sobre os inspetores da ONU. "Este é um relatório importante, e parece que chegamos a um impasse", disse David Albright, chefe do Instituto de Ciências de Segurança Internacional de Washington.

Segundo ele, os inspetores nucleares ficaram "muito frustrados" ao saber dos obstáculos provocados pelo Irã. "Aparentemente, isso mostra a erosão da habilidade da AIEA de cumprir com suas tarefas", disse Albright.

 

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