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Netanyahu deve oferecer congelamento parcial dos assentamentos na Cisjordânia, diz jornal
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DE SÃO PAULO
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, deve oferecer aos palestinos o congelamento parcial da construção nos assentamentos judaicos na Cisjordânia como parte do diálogo direto de paz, que terá sua segunda reunião nestas terça e quarta-feira, no Egito. Segundo o jornal israelense "Haaretz", que cita israelenses ligados às negociações, Netanyahu deve adotar a mesma política de seu predecessor, Ehud Olmert, de vetar apenas parte das construções a partir de 30 de setembro, quando uma moratória decretada por Israel se encerra.
Olmert acordou com o então presidente americano, George W. Bush, antes dos encontros de 2007, em Anápolis (EUA), que Israel não limitaria as obras em bairros judaicos de Jerusalém Oriental, mas que não permitiria a construção de novas casas nos bairros árabes. Assim, Olmert concentrou mais de 90% das novas construções em três grandes assentamentos, Ma'aleh Adumim, Gush Etzion e Ariel.
O status de Jerusalém é um dos assuntos centrais às negociações de paz. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como parte do futuro Estado palestino e Israel diz que a cidade é indivisível como sua capital.
Segundo o Haaretz, Netanyahu já apresentou a proposta de implementar os planos de Olmert ao enviado especial americano ao Oriente Médio, George Mitchell, à secretária de Estado, Hillary Clinton, e ao presidente egípcio, Hosni Mubarak.
Os primeiros sinais de que ele sugeriria um congelamento parcial vieram neste domingo, em um encontro do gabinete de ministros do seu partido, o Likud. "No fim do mês, a moratória de congelamento vai expirar e precisamos pensar em qual será a coisa mais sábia a se fazer", disse o premiê. Segundo ele, há potencial para construção de 19 mil casas, mas "na prática acredito que muito menos serão construídas".
"Nós não concordaremos com a premissa de que nada será construído, mas entre 0 e 1 há muitas possibilidades", disse.
Em uma segunda reunião neste domingo, com o enviado do Quarteto para o Oriente Médio, Tony Blair, Netanyahu voltou a falar do tema e disse que Israel não pode manter o congelamento total, mas não construirá as dezenas de milhares de casas planejadas. Ele não afirmou, contudo, que o critério para o congelamento parcial seria, como com Olmert, a localização geográfica dos assentamentos.
A ONG israelense Movimento Paz Ahora, contrária a colonização, afirmou nesta segunda-feira que cerca de 13 mil casas poderão ser construídas imediatamente nas colônias da Cisjordânia ocupada assim que a moratória for encerrada. "Se a moratória não for prolongada, os colonos poderão em teoria construir cerca de 13 mil casas sem a menor aprovação suplementaria do governo", diz a ONG, em comunicado.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, já ameaçou sair das negociações com Israel se o país continuar com as construções na Cisjordânia. Ele deu indicações de que não aceitaria nada além do total congelamento das obras.
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