Mineiros recebem última aula sobre como responder a perguntas incômodas

Os 33 mineiros presos no norte do Chile receberam neste domingo a última das seis aulas preparatórias para enfrentar as entrevistas de que serão alvo quando saírem à superfície e saber como se esquivar das naturais perguntas incômodas que serão feitas, informou o jornalista que os preparou para a ocasião, Alejandro Pino.

"Meu trabalho não foi dizer a eles o que devem falar. Esse não é o meu trabalho. Não lhes passei uma pauta. O que fizemos foi ensaiar perguntas para ver como reagiam, perguntas complicadas, indiscretas", contou Pino, que é funcionário da Associação Chilena de Segurança, instituição particular que apoia os trabalhos de resgate.

Acompanhe a cobertura completa do resgate dos mineiros no Chile
Veja galeria de imagens dos preparativos para o resgate
Clima festivo não esconde ansiedade e tensão no resgate de mineiros; ouça
Equipes finalizam revestimento de túnel para resgatar mineiros chilenos; veja imagens
Veja como o resgate dos mineradores mudou a rotina de cidade chilena
Veja em flash como será o resgate dos mineiros
Mineiros presos no Chile recebem de oração do papa a mensagens de fé via internet
Veja a cronologia do caso dos 33 mineiros presos no Chile
Resgate dos 33 mineiros coloca Copiapó no mapa do mundo
Mineiro boliviano terá casa e emprego em seu país, diz Evo Morales

Apesar de não querer dar detalhes das perguntas, Pino informou que, em alguns casos, os mineiros se sentiram incomodados. "Foi por meio de videoconferência. Eles se aborreceram com algumas perguntas e eu dizia para que não se aborrecessem, que sorrissem e respondessem: 'não quero responder a isso agora, acho que não é o momento'", explicou.

"Nós nos dedicamos à entrevista, com eles me contando detalhes de sua vida como mineiros, o que pensam em fazer quando sair da mina, mas as respostas que me deram eu não vou comentar", insistiu.

"Uma coisa é o que ensinei a eles, outra é o que eles vão fazer. Talvez queiram falar tão logo saiam, ou talvez só daqui a alguns meses, isso depende deles", concluiu Pino