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27/10/2010 - 17h45

Cristina Kirchner afirma que "continuará lutando" após a morte do marido, diz padre

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DA FRANCE PRESSE, EM BUENOS AIRES
DE SÃO PAULO

A presidente da Argentina, Cristina Fernández, afirmou nesta quarta-feira que "seguirá lutando" depois da morte de seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, segundo o padre que esteve ao lado dela na casa familiar de El Calafate (sul).

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O sacerdote católico Carlos Alvarez foi entrevistado pela rádio local U-23 ao deixar a casa, na Província de Santa Cruz, Patagônia. Segundo ele, a presidente está demonstrando "muita força e valentia". O mandato de Cristina Kirchnertermina em dezembro de 2011.

Kirchner morreu aos 60 anos após uma parada cardiorrespiratória em sua casa em El Calafate, Santa Cruz, no sul do país. O corpo do líder do peronismo será trasladado a Buenos Aires, e o velório será realizado a partir do meio dia (13h de Brasília) desta quinta-feira na Casa Rosada, sede do governo.

AFP
Presidente argentina, Cristina Kirchner, abraça marido no final de greve em Buenos Aires; ela esteve ao lado do marido até o fim
Cristina Kirchner abraça marido no final de greve em Buenos Aires; ela esteve ao lado do marido até o fim

Kirchner morreu na manhã desta quarta-feira depois de ser internado com urgência por problemas cardíacos em um hospital de El Calafate. De acordo com o jornal argentino "Clarín", Kirchner foi internado pela manhã no hospital José Formenti, acompanhado de Cristina, e morreu pouco antes das 10h (11h no horário de Brasília).

Néstor governou a Argentina de 2003 a 2007 e exercia três cargos simultaneamente. Além do posto como secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), era deputado federal e dirigia o PJ (Partido Justicialista).

Segundo a imprensa local, Kirchner sofreu uma parada cardiorrespiratória com morte súbita. A TV estatal já confirmou a informação.

O ex-presidente e sua mulher estavam desde o último final de semana em sua casa em El Calafate, na região da Patagônia.

PODEROSO

Kirchner era considerado o político mais poderoso do país, e muitos asseguravam que ele estava por trás de cada uma das decisões da atual mandatária, a sua mulher Cristina Fernández de Kirchner.

Los Andes - 25.mai.2007/AP
Kirchner ao lado da mulher, a presidente Cristina Kirchner; ele era considerado político mais poderoso da Argentina
Kirchner ao lado da mulher, a presidente Cristina Kirchner; ele era considerado político mais poderoso da Argentina

O político, que havia exercido o cargo de governador na Província produtora de petróleo de Santa Cruz, na Patagônia, chegou à Presidência da Argentina em 2003, depois que o ex-presidente Carlos Menem desistiu de sua candidatura.

Kirchner assumiu com baixa popularidade e escasso poder político em nível nacional. Rapidamente, porém, conseguiu o apoio de muitos argentinos e construiu uma ampla rede de poder.

Foi o responsável por liderar a recuperação da Argentina da crise de 2001-02, a pior de sua história, promovendo um forte crescimento econômico. Devido a isso, muitos argentinos o veem como um presidente que lutou contra a pobreza e o desemprego.

À frente da Argentina, o ex-presidente costumava fazer discursos inflamados de retórica esquerdista e críticas abertas a rivais políticos, empresas privadas e ao Fundo Monetário Internacional.

Patrocinou ainda uma política de direitos humanos que buscou pôr atrás das grades os repressores da ditadura militar.

Ao terminar seu mandato, em 2007, decidiu estrategicamente ceder a candidatura presidencial governista à sua mulher, a quem havia conhecido na faculdade de Direito da Universidade de La Plata (cerca de 60 km ao sul da capital, Buenos Aires) nos turbulentos anos 1970.

CASAL

Cristina ganhou as eleições com mais de 50% dos votos. Mas sua popularidade começou a se deteriorar apenas alguns meses depois de chegar ao poder, em meio a um prolongado conflito com o setor agrícola, o que arrastou também a imagem de Kirchner.

Em seus governos, Kirchner e sua mulher aumentaram o controle do Estado sobre a economia, intervindo nos mercados financeiros e no setor agrícola e mantendo controles de preços que, segundo analistas, afastaram investimentos no setor de energia.

Nos últimos meses, o chamado "casal presidencial" começou a recuperar posições nas pesquisas de intenção de voto, e Kirchner era apontado como o candidato do governo para as eleições presidenciais de 2011.

 

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