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Líder palestino quer reunião da ONU sobre avanço israelense em Jerusalém
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DA REUTERS
DE SÃO PAULO
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, quer uma reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para discutir o avanço das construções israelenses em Jerusalém Oriental e em terras ocupadas na Cisjordânia, onde os palestinos planejam fundar seu Estado.
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Israel disse nesta segunda-feira que avançará com os planos de mais 1.300 apartamentos em Jerusalém, terra anexada após a guerra de 1967. Outras 800 casas estão planejadas para o assentamento de Ariel, na Cisjordânia.
"Algo precisa ser feito no nível internacional para conter a expansão dos assentamentos que o governo israelense faz na Cisjordânia e Jerusalém", disse Nabil Abu Rdainah, porta-voz de Abbas.
Abbas instruiu sua delegação na ONU, onde os palestinos têm status de observadores, para pedir a reunião. O delegado palestino, Riyad Mansour, disse à Reuters por telefone de Nova York que faria o pedido através dos Estados árabes que são membros ativos.
O líder palestino já disse que o diálogo direto com Israel é sua primeira opção, mas que mantém opção de buscar apoio dos EUA e do Conselho de Segurança para o estabelecimento de um Estado palestino em caso de fracasso.
As novas casas integram a primeira licitação pública de Israel desde que a moratória que congelou novas construções por dez meses expirou, no dia 26 de setembro. O anúncio deve complicar o processo de paz, já que a interrupção da expansão dos assentamentos é uma das questões primordiais exigidas pelos palestinos --e pelos EUA, que atuam como mediadores.
O Ministério do Interior israelense disse que o lançamento da licitação pública é "apenas uma etapa protocolar", e o início de fato das obras deve levar "anos". Efrat Orbach, membro do ministério, disse que estes planos foram aprovados há seis meses, mas por decisões "técnicas" o governo resolveu torná-los públicos somente agora.
Para o principal negociador palestino, Saeb Erekat, o anúncio é um sinal "de má fé" do governo israelense, independente de quando as obras comecem, de fato. Ele disse que os palestinos tinham a esperança de que a viagem do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, aos EUA tivesse como objetivo uma "opção entre a paz ou os assentamentos".
"Infelizmente, mais uma vez, quando precisa escolher, ele opta pelos assentamentos. Nós colocamos total responsabilidade nele pelo colapso das negociações", disse Erekat.
ASSENTAMENTOS
Ainda no início de julho um relatório publicado pela organização israelense de direitos humanos B-Tselem apurou que os assentamentos judaicos representam 42% do território palestino ocupado da Cisjordânia.
Um quinto (21%) das colônias judaicas estão erguidas sobre terras que Israel reconhece como terrenos privados palestinos, em contraposição com aquelas parcelas que o Estado judeu qualifica como 'terrenos do Estado' embora, segundo a legislação internacional, toda a Cisjordânia faça parte dos territórios ocupados em 1967.
Os dados oficiais assinalam que as zonas de construção dos assentamentos cobrem cerca de 1% da Cisjordânia, mas a ONG israelense revela que seus limites jurisdicionais superam 42% da superfície do território.
Israel aceitou em 2004 o plano de paz do 'Mapa de Caminho', pelo qual se comprometia a congelar a construção nos assentamentos. De acordo com o documento, até o fim do ano passado, a população nas colônias judaicas cresceu 28%, de 235.263 a 301.200 residentes, sem incluir Jerusalém Oriental.
Na parte oriental de Jerusalém, onde os palestinos pretendem estabelecer a capital de seu futuro Estado e foi que foi anexada por Israel após 1967, residem atualmente 190 mil israelenses, segundo dados da organização israelense Paz Agora.
O crescimento da população em 2008 nas colônias foi três vezes superior ao da média da população de Israel, e desde que foi iniciado o processo de paz de Oslo, em 1993, o número de colonos triplicou, afirma o relatório.
A legislação internacional considera todos os assentamentos israelenses construídos em território ocupado na Guerra de 1967 (Cisjordânia, Gaza, Jerusalém Oriental) ilegais e entende que supõem um sério obstáculo para a paz e o estabelecimento de um futuro Estado palestino.
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