Publicidade
Publicidade
Missão do Brasil no Haiti redobra cuidados com transmissão de cólera
Publicidade
AMARO GRASSI
DE SÃO PAULO
O batalhão do Brasil na Minustah (missão da ONU no Haiti) redobrou os cuidados para evitar que algum dos seus 2.200 soldados seja contaminado pela epidemia de cólera que atinge o país.
Até a quinta-feira (18), nenhum caso da doença -que matou mais de 1.110 haitianos e infectou outros 18 mil- foi registrado entre brasileiros, que atuam sobretudo na capital, Porto Príncipe, e nos arredores.
O procedimento recomendado aos militares inclui medidas básicas de prevenção da doença, como lavar mãos e coturnos ao entrar no Brabatt (o Batalhão brasileiro) e não ingerir alimentos ou bebidas fora da base militar.
A cólera é provocada pela bactéria Vibrio cholerae, e o seu contágio se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados. A transmissão pode ocorrer pelas fezes ou vômitos de doente ou simples portadores da bactéria.
Alimentos podem ser contaminados por água, manuseio ou mesmo por moscas, e a orientação padrão é de que, em locais com casos da doença, os alimentos sejam sempre cozidos e a água fervida.
Os sintomas são diarreia e vômito, e o tratamento, a reidratação oral ou intravenosa.
Embora apenas dois casos tenham sido confirmados fora do Haiti, a expectativa é de que novas ocorrências sejam registradas nas próximas semanas e meses no exterior.
NOVO TERREMOTO
Para o pesquisador Luciano Toledo, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, "não há dúvidas de que a epidemia de cólera será um novo terremoto do Haiti", numa referência à catástrofe que deixou mais de 250 mil pessoas mortas em janeiro.
"Espera-se que nos próximos 30 a 60 dias a situação ainda vá se agravar muito, porque ainda não atingiu a capital [com força]", disse o pesquisador, que fez doutorado sobre a transmissão de uma epidemia de cólera.
"Inexoravelmente, quando isso ocorrer, as consequências serão muito perversas." Segundo Toledo, o alastramento da doença pode ser comparado a um "tsunami".
"Possivelmente vai haver uma dispersão da cólera pelas Américas", disse. "Vai em sentido centrífugo, como tsunami, que vai atingir necessariamente muitos países."
O pesquisador traça ainda relação entre a transmissão da doença com rotas do narcotráfico, que tem no Haiti hoje importante entreposto.
Nesse sentido, afirma, os locais mais afetados seriam possivelmente países com trânsito da droga, principalmente na América Central e a divisa entre México e EUA.
BRASIL
Apesar da gravidade da situação, segundo Toledo, o Brasil, se for atingido pela doença, deverá sê-lo apenas em focos localizados, sobretudo devido ao trânsito de militares que integram a Minustah -portadores da bactéria sem sintomas também podem transmitir a doença.
Mas as consequências deverão ser limitadas, uma vez que as condições sanitárias brasileiras -que são o principal vetor do alastramento da epidemia- são muito superiores às haitianas.
O Brasil não registra casos de cólera já há cinco anos
+ Notícias em Mundo
- Fidel Castro diz que delegou atribuições como chefe do Partido Comunista em Cuba
- Deputado argentino agredido com tapa vira sucesso no YouTube e jogo na internet
- Unesco pede proteção à luta no óleo e outros patrimônios "impalpáveis"; veja lista
- Pentágono contraria Cameron e diz que 2014 é meta, e não prazo para sair do Afeganistão
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice