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Irã diz que ciberataque causa problemas em centrífugas de urânio
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Inimigos do Irã usaram um programa de computador para causar problemas "limitados" em centrífugas usadas no enriquecimento de urânio em algumas instalações do país, afirmou o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nesta segunda-feira.
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"Eles criaram com sucesso problemas em um número limitado de centrífugas com o software que instalaram nos componentes eletrônicos", afirmou Ahmadinejad a jornalistas, na primeira admissão pública do país de que um vírus atingiu seus equipamentos.
"Felizmente nossos especialistas descobriram e hoje eles não podem fazer mais isso", disse o presidente iraniano.
O Irã suspendeu temporariamente o trabalho de enriquecimento de urânio este mês, afirmou um órgão das Nações Unidas na semana passada. O anúncio foi feito poucos dias depois que o ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Olli Heidonen, disse que a república islâmica teve problemas com o equipamento usado em seu programa nuclear e que o vírus de computador Stuxnet poderia ser a causa.
Em setembro, o Irã afirmou que o Stuxnet, que especialistas afirmam que pode ter sido criado por um Estado, não afetou usina nuclear ou sistemas governamentais mas atingiu computadores da equipe na instalação e provedores de Internet.
PROGRAMA NUCLEAR
Alguns órgãos de imprensa levantaram a possibilidade de que o atraso da inauguração da usina nuclear de Bushehr, no Golfo Pérsico, estivesse relacionado ao ataque de informática em escala industrial sofrido pelo Irã em setembro por meio do vírus "Stuxnet".
As autoridades iranianas admitiram que milhares de direções de IP foram afetadas, mas os responsáveis reafirmaram nesta semana que o vírus não contaminou o sistema de Bushehr.
Boa parte da comunidade internacional -- com os Estados Unidos e Israel à frente --, acusa o Irã de esconder, sob seu programa nuclear civil, outro de caráter clandestino e objetivos militares para conseguir arsenal atômico, uma alegação que Teerã nega.
A negociação foi rompida em novembro de 2009 depois de o regime iraniano desprezar uma proposta de Washington, Moscou e Londres para trocar seu urânio a 3,5% por combustível nuclear enriquecido a 20% para o seu reator de pesquisa.
Em fevereiro deste ano, o Irã ignorou as advertências da comunidade internacional e começou a enriquecer urânio a 20%, o que levou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas impor novas sanções.
Um mês antes, Irã, Brasil e Turquia selaram um documento conjunto no qual recuperavam essa troca, embora em outras condições, acordo que Teerã deseja agora quer que se transforme em um dos pilares da negociação.
Além disso, Irã pretende que o diálogo seja ampliado em questões que considera "chave" do cenário internacional como terrorismo, narcotráfico, crise regional, segurança energética e a polêmica das armas de destruição em massa, ao que se opõem as grandes potências.
Está previsto que a negociação entre Irã e o denominado grupos 5+1 - integrado pelos países-membros do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha, se retome em 5 de dezembro, em uma capital europeia.
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