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02/12/2010 - 08h02

Um ano depois, reconstrução engatinha no Haiti; chefe de planejamento critica ONU

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FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE

Sean Penn gesticula para a assistente. Aponta um poço com lixo acumulado. Estamos num acampamento para desabrigados do terremoto no sudeste de Porto Príncipe. "Ainda está assim?"

Suando numa camisa verde piscina, o ator americano faz uma ronda de trabalho onde vivem mais de 45 mil pessoas. Muitas das barracas de camping foram doadas por sua ONG, a J/P HRO.

"Nós estamos preocupados com a cólera. Tivemos 27 casos aqui", diz ele à Folha. Onze meses após a tragédia que matou 300 mil e deixou outros tantos desabrigados na capital, o Haiti debate que caminho seguir para acelerar a reconstrução. Para os mais críticos, ela sequer começou.

Um dos focos de discussão é justamente trabalhos como os de Penn, multiplicados a tal ponto que renderam ao país o apelido de "República das ONGs".

Se a ação emergencial das ONGs é considerada positiva, a avaliação dos especialistas não é a mesma para os esforços de reconstrução.

Não haveria planejamento ou coordenação nacional. Nem logística para gastar os fundos arrecadados.

A pulverização das ações se soma ainda ao lento processo de tomada de decisão das comissões multilaterais formadas pós-terremoto.

"Que importa construir cem casas aqui ou ali? Precisamos é de um banco local, para oferecer crédito para a reconstrução", diz a socióloga Michèle Oriol.

"Uma agência opina algo, outra opina outra coisa. E não se decide nada. Precisamos de alguém no comando", diz.

 

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