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Incêndio em presídio no Chile deixa 81 mortos
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DA REUTERS, EM SANTIAGO
Atualizado às 19h36.
Um incêndio em uma penitenciária na capital do Chile matou ao menos 81 presos e deixou outras 21 pessoas feridas na manhã desta quarta-feira, informou o governo. É a maior tragédia registrada no sistema prisional chileno. Mais cedo, o presidente Sebastián Piñera tinha anunciado 83 mortos, mas a cifra foi corrigida na sequência.
O fogo começou por volta das 5h30 da madrugada (6h30 em Brasília) na torre 5 da prisão de San Miguel, na zona sul da capital, e foi controlado por várias unidades da corporação dos bombeiros de Santiago.
Ivan Alvarado/Reuters | ||
Parente de um preso acena do lado de fora do presídio que pegou fogo na madrugada desta quarta-feira |
Piñera não descartou que o número de mortos pode aumentar, no terceiro pior incêndio na história do Chile.
Segundo as primeiras investigações, o fogo foi iniciado propositalmente durante uma briga de presos em uma das cinco torres da prisão.
O presídio de San Miguel estava com cerca de 1.900 detentos, mais que o dobro da capacidade para a qual foi projetado.
ANGÚSTIA DOS FAMILIARES
Centenas de parentes dos detidos se aglomeraram em volta da penitenciária em busca de informações, enquanto a polícia tentava controlar a situação. Desesperados, os familiares gritavam e imploravam à polícia que lhes deixassem entrar para resgatar os parentes.
"É desesperador não saber se estão vivos ou mortos. Estamos aqui há horas e eles não nos disseram nada!," disse uma mulher chamada Maria, que não quis dar o sobrenome.
Alguns ficaram aliviados. Gonzalo Sepulveda chorava depois de contatar seu irmão Cristian. "Eu morro se alguma coisa acontecer com ele," afirmou Sepulveda. "Não são animais os que estão lá. Eles são seres humanos que cometeram erros."
Parentes ansiosos subiam nas cercas ao redor da prisão, gritando o nome dos presos diante do prédio em chamas. Alguns presos agitavam os braços e camisetas através das barras das janelas.
Alguns parentes gritaram quando os funcionários leram as listas de alguns presos que haviam sobrevivido, assumindo que os que não estavam incluídos haviam morrido. Os funcionários salientaram que as listas eram apenas parciais. Frustrados, alguns familiares de detentos jogaram pedras e garrafas e brigaram com a polícia.
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