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20/12/2010 - 09h49

Após ameaças, Coreia do Norte nega retaliação a exercícios militares do Sul

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Coreia do Norte criticou nesta segunda-feira "a provocação militar inconsequente" da Coreia do Sul e, apesar das ameaças anteriores, disse que não vai reagir aos exercícios militares com munição real das forças sul-coreanas na fronteira.

Um oficial disse à agência de notícias norte-coreana KCNA que o país decidiu não atacar porque a Coreia do Sul mudou suas zonas de tiros. A agência sugere ainda que Pyongyang vê de forma diferente os exercícios desta segunda-feira e os realizados no fim de novembro --quando a Coreia do Norte decidiu reagir e bombardear a mesma ilha de Yeonpyeong, no mar disputado Amarelo, matando ao menos quatro pessoas.

O regime comunista prometeu neste domingo um "desastre" se a Coreia do Sul não renunciasse às manobras militares em Yeonpyeong.

A Coreia do Norte alega que as águas em torno de Yeonpyeong são seu território. Durante os exercícios militares de novembro, Pyongyang acusou Seul de atirar em suas águas. Seul disse que suas forças disparavam granadas para o sul, e não em direção ao Norte. O ataque, com morteiros, foi o primeiro bombardeio a uma zona civil desde a Guerra da Coreia (1950-53).

A Coreia do Sul disse nesta segunda-feira que o alvo dos exercícios com munição real foi o mesmo dos exercícios de novembro. "A Coreia do Norte parece ter lançado este comunicado porque tem medo de uma guerra com a Coreia do Sul", disse um funcionário do governo, que não quis se identificar.

O país concluiu nesta segunda-feira os exercícios militares com munição real na ilha de Yeonpyeong. As manobras, que duraram cerca de 90 minutos, acabaram sem transtornos, mas Seul se mantém em alerta diante da tensão crescente na península. Seus caças sobrevoam a fronteira sob ordens de atirar diante de qualquer ataque.

EXERCÍCIOS

Os exercícios com dois destróieres, caças de combate e fogo real foram realizados a poucos quilômetros do litoral norte-coreano, perto da fronteira marítima traçada em 1953, que Pyongyang não reconhece.

O Ministério da Defesa de Seul não comentou as informações e deve divulgar um comunicado ainda nesta segunda-feira. A neblina atrasou o início das manobras.

Os civis da ilha sul-coreana de Yeonpyeong e de outras quatro ilhas vizinhas receberam a ordem de seguir para refúgios durante a manhã. Uma ordem similar foi comunicada a todas as ilhas do Mar Amarelo na fronteira com a Coreia do Norte.

Rússia e China chegaram a pedir a Seul que cancelasse seus exercícios. O departamento de Estado americano defendeu o direito de seu aliado a realizar as manobras, mas advertiu que Seul deve ser 'muito cautelosa no que faz'.

Neste domingo, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) se reuniu para discutir o confronto, mas não conseguiu chegar a um acordo.

CALMA

A China pediu calma nesta segunda-feira na península coreana ao afirmar que "ninguém tem o direito de pregar ou promover o conflito", depois das manobras do Exército sul-coreano.

"A China sempre disse que a paz e a estabilidade devem ser mantidas na península. É um objetivo pelo qual sempre trabalhamos incansavelmente", declarou a jornalistas o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Cui Tiankai.

"Ninguém tem o direito de pregar ou promover um conflito ou uma guerra, ninguém tem o direito de provocar um banho de sangue entre os povos do norte e sul da península", completou, ao ser questionado sobre a reação da China às manobras sul-coreanas.

A China é a única grande potência que se recusou a condenar o bombardeio do Exército norte-coreano contra a ilha sul-coreana em 23 de novembro. O gigante comunista é o maior aliado de Pyongyang.

SEM ACORDO

O Conselho de Segurança da ONU convocou neste domingo uma reunião de emergência para analisar a situação de tensão entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte. O encontro reuniu os 15 países do Conselho, entre eles a China -membro permanente e único aliado da Coreia do Norte.

Mas segundo o embaixador da Rússia, que convocara a reunião, não houve acordo. Ele ressaltou, contudo, que prosseguirão os contatos entre as principais potências.

Moscou pedira ao secretário-geral, Ban Ki-moon, que enviasse um emissário especial à região para restabelecer o diálogo. A Rússia faz fronteira com a Coreia do Norte e, depois da China, é o país com laços mais próximos com Pyongyang.

O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, afirmou que a situação na península "afeta diretamente os interesses da segurança nacional da federação russa".

 

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