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Coreia do Norte permitirá retorno dos inspetores nucleares, diz CNN
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A rede de televisão americana CNN afirmou nesta segunda-feira que a Coreia do Norte prometeu ao governador do Novo México (EUA), Bill Richardson, que permitirá o retorno dos inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
A CNN, que viajou com Richardson a Pyongyang, afirmou que o regime de Kim Jong-il está disposto a facilitar o acesso dos inspetores da agência nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas) a seu complexo nuclear de Yongbyon.
Além disso, o regime comunista teria se comprometido com Richardson a negociar a venda de 12 mil barras de combustível nuclear e sua mudança rumo a outro país, previsivelmente Coreia do Sul.
O governador do Novo México pediu também ao regime norte-coreano a criação de "um telefone vermelho" entre militares de Pyongyang e Seul, e de uma comissão militar formada pelas duas Coreias e EUA para diminuir a tensão na península.
Segundo o correspondente da CNN, Wolf Blitzer, a Coreia do Norte estaria considerando aceitar essa proposta de Richardson, que chegou na quinta-feira passada (16) a Pyongyang em uma visita privada destinada a diminuir a atual tensão entre as duas Coreias e que deve retornar hoje mesmo a seu país.
Em abril de 2009, a Coreia do Norte expulsou os inspetores da AIEA que supervisionavam suas instalações atômicas, encerrando um acordo de desnuclearização em troca de ajuda humanitária. A medida já havia sido tomada em 2003, quando decidiu abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
A agência estatal norte-coreana KCNA não fez referência ao suposto compromisso sobre os inspetores da AIEA e assinalou só que Richardson se reuniu com um alto funcionário para entregar-lhe um presente destinado ao ditador Kim Jong-il.
O Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Sul não confirmou o acordo. "Nós ainda não temos os detalhes específicos, então é muito cedo para fazer uma avaliação oficial", disse um porta-voz.
Richardson visitou o país em caráter não-oficial, meio tradicional de comunicação entre os dois lados.
"Significa que eles estão preparados para desistir, ao menos em parte, do programa de plutônio, que é a fonte das barras de combustível que eles produzem", disse o especialista em Coreia do Norte Kim Yong-hyun, da Universidade de Dongguk. "Se verdadeiro, seria um progresso considerável".
Em novembro, a Coreia do Norte mostrou um complexo secreto para o enriquecimento de urânio ao ex-diretor do Laboratório Nacional dos Álamos (EUA) Siegfried Hecker.
O jornal "The New York Times" citou fontes anônimas do governo de Barack Obama que acreditam que a nova usina utiliza tecnologia "significativamente mais avançada" que a que o Irã conseguiu desenvolver nas últimas duas décadas.
Alguns analistas afirmam que o país teria mostrado a usina a Hecker para ampliar seu poder de barganha em uma possível negociação por sua desnuclearização.
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