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Exército marfinense diz apoiar presidente apesar de pressão internacional
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Exército da Costa do Marfim afirmou nesta quinta-feira que está ao lado do presidente Laurent Gbagbo, no poder desde 2000, em reação ao pedido de um aliado do opositor Alassane Ouattara, considerado vencedor das eleições pela comunidade internacional, para que países utilizem a força para derrubar o líder.
Gbagbo enfrenta forte pressão internacional para renunciar depois que a eleição de 28 de novembro acabou em impasse e ameaça levar o país de volta à guerra civil. A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que o conflito gerado pelo impasse já tenha provocado 50 mortos, além de receber relatos de sequestros e prisões ilegais.
Poucos dias após a votação, a Comissão Eleitoral Independente declarou Ouattara como vitorioso com 54,1% dos votos válidos, contra 45,9% de Gbagbo. O resultado foi reconhecido pela ONU, Estados Unidos e União Europeia. No mesmo dia, contudo, Gbagbo apelou ao Conselho Constitucional com alegações de fraude eleitoral. O órgão anulou cerca de 10% dos votos, a maioria em redutos de Ouattara, dando a vitória a Gbagbo com 51%.
"Não há dúvida sobre a coesão entre as forças de segurança e defesa", disse o porta-voz Babri Gohourou, em discurso à TV estatal. "Nós também reafirmamos nosso compromisso firme com o presidente".
O premiê nomeado pelo governo opositor, Guillaume Soro, exigiu na véspera que a comunidade internacional considere usar a força para expulsar o presidente Gbagbo do cargo, dizendo que essa é a "única solução".
Falando à rede de TV francesa I-Tele, Soro disse que Gbagbo levantou o risco militar deixando poucas opções. "O Sr. Gbagbo mostrou os tanques [...] 200 pessoas caíram sobre projéteis de mercenários da Angola e da Libéria [...] a segurança está ficando preocupante", disse Soro. "Peço ao Conselho de Segurança da ONU, União Europeia (UE) e Ecowas [Comunidade Econômica dos Países de África Ocidental] considerarem o uso da força".
O governo da França indicou nesta quinta-feira, contudo, que prefere não se envolver numa eventual operação militar na Costa do Marfim, antiga colônia francesa.
"A França não pode de maneira alguma recomendar o recurso à violência", assinalou o ministro de Cooperação francês, Henri de Raincourt, em entrevista à rádio RFI.
Para Raincourt, tentar resolver a crise na Costa do Marfim por meio da força "é uma responsabilidade que corresponde aos chefes de Estado africanos" --que se reúnem nesta sexta-feira na Nigéria, em uma cúpula da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao).
O ministro francês também assinalou que o objetivo é "respeitar a democracia" e advertiu que "fazê-lo pela força impõe um certo número de problemas". Segundo ele, o uso da força significaria que as forças da ONU na Costa do Marfim "declaram guerra a uma parte dos marfinenses contra a outra parte".
PRESSÃO
Gbagbo deu sinal de que está ruindo à pressão externa e na terça-feira convidou a comunidade internacional a forma um comitê para reexaminar os resultados da votação, que foram impugnados por ele na Corte Constitucional.
Nesta quarta-feira, foram postas em prática sanções prometidas ao governo da Costa do Marfim pela permanência de Gbagbo. O Banco Mundial anunciou que interrompeu os financiamentos da Costa do Marfim e UE ratificou a decisão da segunda-feira (20) de cancelar em seu território o visto do presidente, suas mulheres e de ao menos 17 aliados de Gbagbo.
Também nesta quarta-feira, França, Alemanha, Reino Unido avisaram aos seus cidadãos do perigo de viajarem para o país, um dia após a Nigéria esvaziar sua embaixada da Costa do Marfim após um ataque ao local.
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