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Centenas desafiam toque de recolher na Tunísia; mais quatro morrem em confrontos
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Grupos de centenas de jovens desafiaram na noite desta quarta-feira o toque de recolher imposto pelo governo da Tunísia e fizeram manifestações em alguns bairros ao norte da capital Túnis e em vários distritos operários dos arredores.
Líderes sindicais afirmaram que mais quatro pessoas morreram nos confrontos entre manifestantes antigoverno e a polícia, elevando o saldo não oficial para 66. O governo, contudo, confirma apenas 23 mortos desde o início das manifestações, em dezembro.
Segundo a agência de notícias France Presse, que cita um comunicado do Ministério suíço das Relações Exteriores, disse que uma das vítimas é uma cidadã suíça de origem tunisiana.
Segundo a rádio pública suíça, ela morreu em uma manifestação em Dar Chabán.
Fethi Belaid/AFP | ||
Farmácia é incendiada em meio aos protestos de jovens na Tunísia; protestos contra desemprego e o governo |
A dois quilômetros do Palácio Presidencial, os manifestantes percorreram as ruas em ritmo acelerado e protestaram com assobios. Em algumas áreas foram ouvidos disparos e ruídos de vidros quebrados.
O novo ministro do Interior tunisiano, Ahmed Fria, que assumiu nesta quarta-feira no lugar de Rafik Belhaj Kacem, anunciou a instauração do toque de recolher como "medida adotada para proteger aos cidadãos". Ele disse que o toque será imposto na capital e nas zonas periféricas que conformam o Grande Túnis (Ben Arous, Ariana e a Manouba).
A proibição de sair às ruas vale das 20h (17h de Brasília) até as 5h30.
Os protestos começaram no dia 17 de dezembro, depois que um jovem comerciante ateou fogo ao próprio corpo em Sidi Bouzid, a 265 km ao sul de Túnis. Ele protestava contra o embargo pela polícia de frutas e verduras que vendia na rua. As autoridades alegam que ele não tinha autorização.
O rapaz, um desempregado com educação superior, morreu em 4 de janeiro, em um hospital na capital tunisiana.
Desde o protesto, milhares de tunisianos foram às ruas do país alegando estar revoltados com a falta de empregos para os jovens e o que eles percebem como reação exagerada da polícia na tentativa de controlar os protestos. Eles reclamam ainda por melhores condições de vida e contra corrupção e repressão do governo.
As autoridades, por sua vez, dizem que os distúrbios foram o trabalho de uma minoria de extremistas violentos no país onde o governista Marcha pela Constituição e Democracia, do presidente Zine Al Abidine, domina o cenário político.
Eles afirmam ainda que a polícia apenas atirou em defesa própria, quando foi atacada por manifestantes violentos, que ignoraram os disparos de alerta. Os protestos, sem precedentes no país, levaram algumas regiões a decretar estado de sítio e levaram militares às ruas para tentar manter a ordem pública.
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