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10/02/2011 - 12h45

Partido oposicionista se afasta do diálogo político no Egito

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DA REUTERS, NO CAIRO

Um partido oposicionista egípcio afastou-se das conversações com o governo sobre reforma política nesta quinta-feira, dizendo que a administração do ditador Hosni Mubarak não respondeu "ao nível mínimo das reivindicações populares".

O Partido Tagammu foi o primeiro a anunciar sua retirada do diálogo que o vice-presidente Omar Suleiman iniciou no domingo para tentar acalmar o sentimento de ira que alimenta os protestos em massa.

Manifestantes vêm dizendo que o diálogo é irrelevante para sua reivindicação de que Mubarak encerre agora seus 30 anos no poder, como primeiro passo em direção a reformas políticas profundas.

A Irmandade Muçulmana, o mais influente e organizado dos grupos de oposição, disse na quarta-feira que as conversações ainda não trataram das questões que desencadearam as manifestações de protesto que varrem o Egito há mais de duas semanas.

Suhaib Salem/Reuters
Manifestante segura cartaz com rosto do ditador Hosni Mubarak em frente ao Parlamento egípcio, no Cairo
Manifestante segura cartaz com rosto do ditador Hosni Mubarak em frente ao Parlamento egípcio, no Cairo

Mas a Irmandade, movimento oposicionista formalmente proibido, não chegou a abandonar as conversações, apesar de declarar sua desconfiança quanto às intenções do governo.

Até agora só houve uma sessão do diálogo, e ainda não foi marcada data para outra. Partidos oposicionistas legalizados, como o Tagammu e o Wafd, participaram da sessão, ao lado de figuras independentes, como o magnata Naguib Sawiris.

Explicando sua decisão em comunicado à imprensa, o Tagammu criticou a maneira como o governo está tratando o diálogo, dizendo que os anúncios oficiais sobre o que foi acordado são incorretos.

"Declarações inaceitáveis" por parte das autoridades colocaram os participantes no diálogo "em posição contrária à da revolução popular", disse ele.

Depois da primeira sessão, alguns dos partidos oposicionistas disseram que o ambiente tinha sido positivo, apesar de o governo não ter feito nenhuma concessão que satisfizesse os manifestantes.

Dois grupos oposicionistas afirmaram que os participantes não assinaram um comunicado divulgado após o encontro. O comunicado dizia que eles tinham chegado a um acordo sobre medidas que incluíam a criação de um comitê para estudar reformas constitucionais.

Em comunicado lido por Suleiman na terça-feira, Mubarak saudou o que descreveu como "diálogo nacional".

O oposicionista Mohamed ElBaradei, que não foi convidado, disse que falta credibilidade às conversações e que elas estão sendo comandadas pelas mesmas pessoas que controlaram o Egito nas últimas três décadas.

 

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