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22/02/2011 - 09h43

Rei do Bahrein ordena libertação de prisioneiros políticos

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O rei do Bahrein, Hamad Isa al Khalifa, ordenou nesta terça-feira a libertação de alguns prisioneiros políticos, atendendo a mais uma demanda da oposição em um momento em que a monarquia tenta iniciar negociações com manifestantes para acabar com as revoltas populares que entraram em sua segunda semana no pequeno país do golfo Pérsico.

O decreto do rei --que inclui diversos ativistas xiitas acusados de planejar contra o Estado-- acrescenta mais uma ação levada a cabo pelos dois lados, que incluem uma grande manifestação pró-governo na segunda-feira e o retorno planejado de uma proeminente figura da oposição do exílio.

Não está claro, no entanto, quantos prisioneiros serão libertados, segundo a porta-voz do governo, Maysoon Sabkar.

Mas a lista inclui alguns dos 25 ativistas xiitas que estão sendo julgados por supostamente conspirar contra os governantes sunitas, segundo explicou à agência de notícias Associated Press um dos líderes da oposição xiita bareinita, Abdul Jalili Khalil.

Joseph Eid/AFP
Criança segura bandeira nacional do Bahrein na praça da Pérola, centro da capital do país, Manama
Criança segura bandeira nacional do Bahrein na praça da Pérola, centro da capital do país, Manama

Ele classificou as libertações como "um bom passo" e um "gesto positivo".

Dois deles estão sendo julgados à revelia, incluindo o líder opositor Hassan Meshaima, que está em exílio voluntário em Londres desde o ano passado. Espera-se que ele retorne ao Bahrein ainda nesta terça-feira.

A presença de Meshaima pode reforçar as forças opositores que procuram seguir uma linha-dura contra a monarquia, incluindo alguns que pediram pela derrubada do rei e da dinastia real que governa o país por mais de 200 anos.

O grupo de Meshaima, conhecido como Haq, é considerado mais radical que o principal bloco político xiita que, até agora, tem tido um papel central na revolta, que teve início na semana passada com marchas e que rapidamente enfrentou uma resistência violenta por parte das forças de segurança.

O principal grupo xiita inclui 18 membros de um Parlamento formado por 40 que renunciaram na última quinta-feira em protesto pelas mortes de manifestantes por forças de segurança.

Ao menos oito pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas em confrontos, que incluem o Exército abrindo fogo contra manifestantes que estavam acampados em uma praça na capital do país, Manama.

O ataque gerou denúncias dos aliados ocidentais do Bahrein, incluindo os EUA --Washington mantém a quinta frota naval estacionada na costa bareinita e, por isso, têm laços próximos com o país.

As autoridades do Bahrein retiraram os militares das ruas no sábado e permitiram que os manifestantes voltassem à praça da Pérola, que tem sido o centro da revolta liderada por xiitas.

A maioria xiita reclama há tempos de discriminação e perseguição política no reino. Eles realizaram protestos no passado, mas os atuais --inspirados pela derrubada dos regimes do Egito e da Tunísia-- é o mais sério já registrado contra os governantes sunitas.

Na segunda-feira, o príncipe Salman bin Hamad al Khalifa cancelou o Grande Prêmio do Bahrein de Fórmula 1, que abre a temporada e estava marcado para 13 de março, concedendo mais uma vitória para os manifestantes.

O príncipe possui os direitos do GP e é comandante nas forças armadas. Os manifestantes afirmaram que seria desrespeitoso manter a corrida.

"Sentimos que é importante para o país se focar em assuntos imediatos de interesse nacional e deixar a realização da corrida de Fórmula 1 no Bahrein para uma data adiante", afirmou o príncipe em um comunicado.

NEGOCIAÇÕES

Autoridades bareinitas têm oferecido negociações com grupos de oposição para tentar amenizar a crise, mas a oposição parece não estar com pressa de conversar com o príncipe xeque Salman bin Hamad al Khalifa, que foi designado pelo rei para liderar o diálogo.

Caren Firouz/Reuters
Bareinita mostra bala durante funeral do manifestante morto Ridha Mohammed em Malkiya, a oeste de Manama
Bareinita mostra bala durante funeral do manifestante morto Ridha Mohammed em Malkiya, a oeste de Manama

Os líderes da oposição xiita oficial disseram que não estão se recusando a conversar, mas que querem garantias de que as palavras dos governantes serão seguidas por ações após os encontros.

Sua principal demanda é a renúncia do governo que é responsável pelo banho de sangue da semana passada e que é liderado pelo mesmo primeiro-ministro --que é tio do rei-- por 40 anos.

Outras demandas incluem a abolição dos privilégios da monarquia em definir políticas e apontar todos os postos políticos principais, e responder às reclamações de que os xiitas são discriminados, mesmo representando 70% de um total de 525 mil cidadãos bareinitas.

 

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