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Tony Blair falou duas vezes com Gaddafi na última sexta-feira
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DA EFE, EM LONDRES
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair, fortemente criticado por ter contribuído para a reabilitação internacional do coronel Muammar Gaddafi, fez dois telefonemas na sexta-feira passada para o ditador líbio.
Segundo o jornal "The Independent", que cita fontes governamentais, o ex-líder trabalhista fez uma primeira ligação ao coronel pedindo para deixar de matar quem se manifestava contra seu regime e a quem Gaddafi qualificou no mesmo dia de "baratas" que tinha que achatar.
Após essa primeira ligação, o Foreign Office transmitiu a Blair a mensagem que o governo de David Cameron gostaria de que Gaddafi renunciasse, e o ex-premiê aceitou voltar a telefonar ao coronel para comunicar-lhe esse extremo.
A primeira indicação indireta de que Blair poderia estar em contato ativo com o regime líbio aconteceu durante uma entrevista coletiva em Washington, na sexta-feira passada, quando o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, mencionou o ex-primeiro-ministro entre uma série de figuras internacionais com as quais a secretária de Estado, Hillary Clinton tinha falado naquele dia.
Tony Blair teve um papel de destaque na hora de convencer Gaddafi há sete anos para que deixasse de financiar o terrorismo internacional em troca do qual as companhias petrolíferas internacionais ajudariam seu país a extrair suas reservas de petróleo.
Seus defensores afirmam que o fato de que Blair tenha estendido a mão a Gaddafi, "a mão da amizade", permitiu ao Ocidente convencer também o coronel líbio a renunciar às armas de destruição em massa.
Os críticos de Tony Blair argumentam pelo contrário que a reabilitação do ditador líbio aconteceu unicamente por interesses petroleiros e comerciais e que foi um erro reconstruir as relações com um homem que tinha fornecido armas a grupos terroristas como o IRA, assim como instigado o atentado de Lockerbie (Escócia).
Blair sempre negou ter relação comercial alguma com o governo líbio ou membros da família de Gaddafi, embora, segundo o jornal, desde que deixou o governo britânico viajou supostamente a Trípoli em representação do banco americano JP Morgan Chase, e no verão passado (hemisfério norte) se reuniu com o coronel na capital líbia.
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