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Agência de Segurança Nuclear não descarta danos na contenção do reator 3
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DA EFE, EM TÓQUIO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Agência de Segurança Nuclear do Japão indicou nesta sexta-feira que a estrutura de contenção do reator número 3 da usina nuclear de Fukushima pode estar danificada, após ter sido detectada na área água com elevado nível de radioatividade.
Em entrevista coletiva, um porta-voz do organismo japonês apontou que a água com radiação pode provir do núcleo do reator, pelo que "não se pode descartar" que haja danos na estrutura de contenção, embora, insistiu, "é prematuro tecer conclusões".
A fonte acrescentou que também é possível que o líquido provenha da piscina de armazenamento de combustível do mesmo reator, embora tenha considerado essa opção menos provável.
Dois empregados terceirizados da Tokyo Electric Power Company (Tepco), a operadora da usina nuclear, foram hospitalizados na quinta-feira depois de terem sido expostos a uma radiação excessiva quando trabalhavam em uma sala de turbinas próxima ao reator 3 e inundada com a água contaminada.
Segundo a agência de segurança nuclear, o líquido tinha concentração de 3,9 milhões de becquerel de material radioativo por centímetro cúbico, nível 10 mil vezes maior que o registrado pela água de dentro de um reator nuclear ativo.
Os operários de Fukushima, com a ajuda de bombeiros de Tóquio e da cidade de Kawasaki, retomaram nesta sexta-feira o lançamento de água sobre as unidades 2, 3 e 4 da central, enquanto tentam reativar as bombas para iniciar seus sistemas de resfriamento.
O terremoto e o posterior tsunami que há duas semanas assolaram o nordeste do Japão causaram sérios danos na usina atômica de Fukushima, onde desde então os operários trabalham dia e noite para conter o vazamento de radiação.
RADIAÇÃO NO MAR
Nessa última quinta-feira, a agência de fiscalização nuclear da ONU informou que cientistas japoneses encontraram concentrações "mensuráveis" das substâncias radioativas iodo-131 e césio-137 em amostras de água do mar retiradas a 30 quilômetros da costa.
"As concentrações de iodo estavam acima dos limites regulatórios japoneses, e os níveis de cérios estavam bem acima desses limites", disse a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Autoridades japonesas enviaram à agência dados de amostras coletadas em 22 e 23 de março, após terem detectado iodo e césio na água perto da danificada usina nuclear de Fukushima Daiichi, atingida pelo terremoto e o tsunami da semana passada.
"O Laboratório Marítimo da Aiea em Mônaco recebeu dados para revisão", disse a agência.
Autoridades do setor de transportes marítimos disseram nesta quinta-feira que alguns navios mercantes podem estar evitando o porto de Tóquio devido ao receio de radiação, e o Japão pode enfrentar problemas graves na cadeia de oferta de produtos na medida em que navios forem desviados.
Qualquer revés logístico pode implicar em grandes atrasos e congestionamentos no transporte marítimo nos terminais japoneses, incluindo o de Tóquio, dificultando os esforços de recuperação do país depois do terremoto de 11 de março.
É possível que alguns navios já estejam evitando Tóquio em função do medo da exposição de tripulantes à radiação vinda da usina nuclear de Fukushima, situada 240 quilômetros ao norte da capital.
"Ouvi de agentes locais que alguns navios não estão aportando em Tóquio devido ao medo da radiação. Não sei quantos", disse Tetsuya Hasegawa, gerente operacional da Agência Heisei de Transportes Marítimos, em Tóquio.
PORTOS
Tim Wickmann, executivo-chefe da MCC Transport, uma unidade do grupo dinamarquês petrolífero e de transportes marítimos A.P. Moller-Maersk, disse que algumas linhas mercantes alemãs decidiram não aportar em alguns portos, entre os quais o de Tóquio.
"A última coisa que o Japão precisa agora é que as pessoas o abandonem", disse ele à Reuters.
Os envios de produtos em navios de contêineres para o leste do Japão podem virtualmente parar se as firmas marítimas decidirem que Tóquio, o quarto maior porto do país, for perigoso demais.
"Acho que, nesse caso, as empresas da Ásia vão deixar de enviar cargas para o leste do Japão. Vão conservar suas cargas em vários portos -- Coreia, Taiwan ou outros portos próximos", disse Wickmann.
CONTAMINAÇÃO
As autoridades detectaram na quinta-feira a presença de césio radioativo em um nível 1,8 vez mais alto do que o padrão em vegetais disponibilizados em Tóquio, segundo a agência de notícias Kyodo.
A contaminação por radiação já havia detectada em vários tipos de vegetais provenientes da área próxima à usina nuclear de Fukushima. Mas esta foi a primeira vez que se detectou a contaminação em vegetais plantados na capital, 240 km ao sul da usina.
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