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Japão revisa nível de radiação para criar zona de retirada
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo do Japão está revisando o atual limite de exposição à radiação usado para designar a zona de retirada ao redor da usina nuclear de Fukushima Daiichi, disse o secretário de Gabinete japonês, Yukio Edano.
O Japão decretou uma zona de retirada de 20 km ao redor da usina, onde vazamento nuclear foi detectado após o terremoto e o tsunami que atingiram o país, no dia 11 de março. Semanas após a tragédia, o governo decidiu dar um auxílio para os moradores da zona entre 20 km e 30 km da usina que quisessem, voluntariamente, deixar a região.
No último dia 31, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) recomendou ao Japão aumentar a zona de retirada em torno da usina ao detectar níveis de radiação acima do limite considerado seguro no vilarejo de Iitate, a 40 km da usina.
Na época, o próprio Edano afirmou que o órgão da ONU recomendou ao governo japonês "avaliar cuidadosamente a situação" com base nesses dados, mas que não havia necessidade de uma ação urgente.
Nesta quarta-feira, Edano afirmou que os atuais padrões garantem a segurança dos moradores caso haja grande absorção de radiação em um curto período. Há quase um mês da tragédia, uma mudança seria necessária para avaliar as consequências de uma exposição de longo prazo.
Atualmente, o governo estabelece que níveis de radiação acima de 50 millisieverts exigem a retirada dos moradores. Caso o nível esteja acima de 10 millisieverts, a recomendação é de que os moradores não saiam de casa --como pedido aos moradores da faixa entre 20 km e 30 km da usina.
Já a Comissão de Segurança Nuclear do Japão aconselha o governo a determinar a evacuação caso os moradores possam fiquem submetidos a uma dose de 20 millisieverts em um ano ou maior.
A Comissão Internacional de Proteção Radiológica determina um limite máximo de exposição residual em um ano de entre 20 e cem millisieverts. Seiji Shiroya, membro desta comissão, disse que a recomendação será usada como referência para um possível endurecimento dos limites japoneses.
Mesmo antes dos novos padrões, o governo de Iitate disse nesta quarta-feira que vai recomendar que mulheres grávidas e crianças com menos de 3 anos vivam em um local mais seguro.
"Eu sinto muito que um governo local tenha que decidir por si próprio. Assim que possível, o governo e especialistas nucleares trabalhando juntos precisam apresentar linhas guias claras de onde é seguro", disse.
Edano disse ainda que todos os japoneses que deixaram suas casas, mesmo os que não estão na zona oficial de retirada, são elegíveis para a compensação paga pela operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co.
VOLTA
Apesar da revisão dos parâmetros, Edano afirmou que o governo decidiu permitir a volta dos moradores dentro da zona de retirada por um curto período de tempo. O retorno começará na próxima segunda-feira, exatamente um mês após a tragédia.
Os moradores serão acompanhados por policiais ou autoridades locais para garantir sua segurança no local, segundo o ministro de Indústria, Banri Kaieda, responsável pelas políticas nucleares do país.
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