Após dia de combates com Israel, Hamas declara cessar-fogo

O movimento islâmico Hamas, no poder na faixa de Gaza desde 2007, fechou um acordo com a maioria das demais facções palestinas desse território para um cessar-fogo com Israel, a partir da noite desta quinta-feira, depois de mais um dia de violência, segundo um comunicado.

"Estamos em contato com as facções palestinas para deter a escalada sionista. Recebemos resposta positiva da maioria delas", anunciou o ministério do Interior do Hamas em comunicado.

	Adel Hana/AP
	Ataque aéreo israelense atinge um campo de treinamento do Hamas nesta quinta-feira, em meio à escalada de violência

Um representante da Jihad Islâmica, movimento radical aliado ao Hamas, confirmou que "as facções palestinas foram informadas de que, a partir desta noite, começará o cessar-fogo".

"Sabemos que esta medida foi tomada depois de contatos com países árabes, para deter a escalada israelense contra Gaza", precisou o representante da Jihad Islâmica, que pediu para não ter o nome divulgado.

Nesta quinta-feira, quatro palestinos morreram e mais de 30 ficaram feridos em bombardeios israelenses na faixa de Gaza, após o lançamento de um míssil desse território, pelo braço armado do Hamas, sobre um ônibus escolar, ferindo gravemente um adolescente israelense.

ESCUDO ANTIMÍSSEIS

Em meio à escalada de violência entre israelenses e palestinos, com novos ataques nesta quinta-feira, Israel usou pela primeira vez seu sistema antimísseis de curto alcance "Domo de Ferro" ao interceptar um foguete lançado da faixa de Gaza, quando o projétil passava pela cidade de Ashkelon.

A notícia chega no mesmo dia em que um foguete palestino atingiu um ônibus no sul de Israel, deixando ao menos duas pessoas feridas.

	Edi Israel/AFP
	Soldados israelenses inspecionam ônibus escolar atingido por foguete palestino; ao menos dois ficaram feridos

Em resposta, Israel ordenou uma ofensiva contra a faixa de Gaza, matando ao menos quatro pessoas e ferindo ao menos 32, informou Adham Abu Salmiya, oficial palestino.

O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, disse que o sistema, que entrou em operação no dia 27 de março, foi disparado contra um foguete lançado de Gaza, mas que os militares ainda aguardavam confirmação dos detalhes.

O governo de Israel acredita que as novas defesas possam ajudar a solucionar anos de ataques de foguetes palestinos ao país, embora tenha alertado que o sistema não terá capacidade de proteger integralmente todas as cidades israelenses.