EUA esperam que reconciliação entre Fatah e Hamas seja caminho para paz

O governo americano expressou na noite de quarta-feira o desejo de que a recém-anunciada reconciliação entre o grupo palestino nacionalista Fatah e o islamita Hamas seja um passo rumo à paz no Oriente Médio.

"É importante agora que os palestinos assegurem a aplicação deste acordo de modo que seja um avanço nas perspectivas de paz em vez de miná-las", disse o porta-voz interino do Departamento de Estado, Mark Toner.

O acordo pôs fim a quatro anos de divisão entre as duas facções e estabelece a formação de um governo provisório integrado por tecnocratas e a realização de eleições dentro de um ano.

Toner demonstrou cautela e assinalou que o governo americano irá aguardar para ter conhecimento dos detalhes do acordo, porque "no momento não sabemos o que isto significa em termos práticos".

O Hamas está incluído na lista de grupos terroristas do governo americano, pelo que Toner enfatizou que, se quiser somar-se ao processo de paz, terá que fazê-lo cumprindo os acordos e obrigações alcançados pelas partes.

"Fomos claros desde o início, os princípios que acreditamos que qualquer elemento do Hamas no Governo tem de seguir são o reconhecimento do Estado de Israel, um compromisso com a não violência e a aceitação dos acordos e obrigações prévios entre as partes".

Israelenses e palestinos retomaram as conversas diretas em 2 de setembro do ano passado, após forte pressão de Washington, mas o diálogo foi interrompido semanas depois, ao expirar em 26 de setembro a moratória israelense sobre a construção de novos assentamentos na Cisjordânia.