Carro-bomba atinge comboio do Consulado dos EUA no Paquistão

Um carro-bomba atingiu nesta sexta-feira o comboio de carros blindados com funcionários do Consulado dos Estados Unidos no noroeste do Paquistão. O ataque foi reivindicado pelo grupo islâmico Taleban, a mais recente agressão de uma escalada de violência desde que forças norte-americanas mataram o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, no começo do mês.

O ataque deixou dois americanos com ferimentos leves, além de um pedestre paquistanês morto e ao menos outros dez feridos.

Mohammad Zubair/Associated Press

Homem ferido pela explosão é atendido em hospital de Peshawar; um paquistanês morreu

A polícia disse que o carro-bomba foi detonado por controle remoto enquanto o comboio de dois carros passava. O ataque aconteceu na estrada de uma região onde vivem muitos diplomatas ocidentais e envolveu 50 kg de explosivos, informou a polícia.

Os dois americanos feridos eram guardas de segurança.

"Houve um ataque a um comboio de dois carros do consulado em Peshawar. Um carro foi atingido. Ainda estamos investigando o que de fato aconteceu", disse Alberto Rodriguez, porta-voz do consulado.

Foi o primeiro ataque a ocidentais desde a morte de Bin Laden no início de maio.

Peshawar já testemunhou muitas operações de militantes do Taleban que buscavam derrubar o governo paquistanês, apoiado pelos EUA, e foi o lar de Bin Laden nos anos 1980, quando islâmicos combatiam a ocupação soviética do Afeganistão.

A Al Qaeda e seu aliado, o Taleban paquistanês, prometeram vingar a morte de Bin Laden, e o grupo disse que terá como alvos o governo paquistanês e seus aliados ocidentais.

"O corpo diplomático de todos os países da Otan são nossos alvos", disse Ehsanullah Ehsan, um porta-voz do Taleban, à Reuters por telefone de um local não revelado. "Continuaremos tais ataques. O Paquistão é nosso primeiro alvo, e os Estados Unidos são o segundo."

Muitos paquistaneses estão frustrados com a incapacidade das forças de segurança de sobrepujar o Taleban. Em outro ataque ocorrido nesta sexta-feira, uma explosão matou cinco pessoas e feriu quatro na região tribal de Orakzai, no nordeste, disseram autoridades.

"A segurança após a morte de Osama está mais frouxa ao invés de mais forte. Estamos nos sentindo inseguros", disse Tahir Khan, um estudante de 20 anos, próximo do local da detonação em Peshawar.