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08/08/2011 - 10h55

Intervenção do BCE reduz juros dos títulos de Itália e Espanha

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As taxas de juros dos títulos da Espanha e da Itália caíram nesta segunda-feira, depois do Banco Central Europeu (BCE) expandir a compra de títulos da dívida dos dois países pela primeira vez.

As Bolsas, contudo, caíram na Europa e na Ásia e o dólar continuou a perder força em comparação à maioria das moedas --no primeiro dia útil após a agência Standard & Poor's ter rebaixado a nota de crédito dos EUA.

No final da semana passada, títulos de 10 anos estavam pagando 6% de juros ao ano. O percentual é considerado insustentável a longo prazo (Portugal e Irlanda, por exemplo, tiveram que recorrer a empréstimo do BCE e do FMI quando pagavam 7%).

Na abertura dos mercados europeus, os juros dos títulos espanhóis caíram 83 pontos básicos. Já os títulos italianos caíram 79 pontos básicos.

As agências de notícias disseram que o órgão compra títulos da dívida da Itália e da Espanha para proteger a terceira e a quarta maior economia dos 17 países da zona do euro.

Investidores disseram que o BCE comprou cerca de 700 milhões de euros em títulos dos dois países somente até às 4h30 (em Brasília) desta segunda-feira. "Nós esperamos que o valor chegue a bilhões", disse um dos investidores.

O BCE anunciou oficialmente apenas que vai intervir "ativamente" no mercado de bônus. "O BCE vai aplicar ativamente o seu programa (de compra de obrigações no mercado secundário)", indicou em um comunicado, sem maiores detalhes.

Anteriormente, a compra de títulos estava limitada à Grécia, Irlanda e Portugal --três países da zona do euro que já receberam pacotes de resgate.

O temor de que a crise da dívida europeia, quando os países atingiram deficits públicos recordes, perdendo a capacidade de pagar a dívida, possa chegar a países de grande porte contribuiu para as perdas históricas do mercado na semana passada.

Os líderes europeus concordaram em cúpula no mês passado em mudar a estrutura do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) para permitir a compra de títulos do mercado secundário.

Mas a medida tem que ser aprovada inicialmente pelos Parlamentos nacionais --a França e a Espanha já disseram que só votam em setembro.

A ação do BCE tentou mudar a dinâmica dos mercados de títulos que empurrou os juros dos títulos italiano e espanhol a níveis insustentáveis ​​nas últimas duas semanas.

"Os especuladores terão agora que pensar duas vezes sobre a venda de títulos italianos e espanhóis no curto prazo, sabendo que o BCE agirá contra eles", disse Shane Oliver, chefe de estratégia de investimento da AMP Capital Investors, uma das maiores da Austrália.

Mas especialistas advertiram o BCE teria que fazer compras de grande escala e por um período significativo para obter um impacto duradouro --um território desconhecido para o BCE, focado historicamente na inflação na zona do euro, e que teve oposição de membros influentes de seu conselho diretivo na semana passada.

"O BCE terá que comprar 320 bilhões de euros em de títulos do governo italiano e espanhol simplesmente para manter a proporção das compras que fez em relação à dívida ativa da Grécia, Irlanda e Portugal no Programa Mercado Seguro", disse Vincenzo Albano, analista de mercado.

 

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