Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

24/11/2012 - 11h27

Chaplin projeta sombra de seu mito em comédia lúgubre

DE SÃO PAULO

"Monsieur Verdoux" é o primeiro filme de Chaplin em que ele aparece despojado do figurino e dos recursos cômicos de Carlitos. Nada mais natural. O longa, de 1947, é uma comédia sombria sobre um dândi matador de mulheres.

Quiz: Teste seus conhecimentos sobre Charles Chaplin
Confira os filmes que já foram lançados da coleção
Veja como adquirir a Coleção Folha Chalers Chaplin

O filme é o 12º volume da Coleção Folha Charles Chaplin, que chega às bancas no dia 2 de dezembro.

Em fins dos anos 1920, Henri Verdoux desenvolve uma personalidade maníaca e comete assassinatos em série: suas vítimas são mulheres solitárias e ricas.

A partir de uma ideia de Orson Welles, Chaplin compôs o papel inspirando-se no francês Henri Désiré Landru (1869-1922), conhecido como Barba Azul, a quem se atribui a morte de 11 pessoas. A moral ambígua de Verdoux provocou reações.

VEJA TRECHO DO FILME "MONSIEUR VERDOUX"

Veja vídeo

Com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra (1939-1945), Chaplin passou a se pronunciar a favor de uma aliança com os soviéticos, o que o qualificava como simpatizante do comunismo.

Um dos artistas mais famosos do mundo se tornava inimigo público. O clima de perseguição serviu de estopim para o processo político que culminou com sua mudança para a Europa em 1952.

"No país onde terminarei minha vida, me lembrarei de que sou um homem comum e que tenho direito ao mesmo respeito destinado aos outros", disse ele à época.

Já no exílio, Chaplin percebeu em Verdoux o mesmo sentido que o norteava nas trapalhadas de Carlitos: era a busca pela sobrevivência que sempre regeu sua obra.

COLEÇÃO

Com 20 volumes, a Coleção Folha Charles Chaplin reúne a obra completa de Charles Spencer Chaplin (1889-1977), que ajudou a redefinir a história do cinema mundial com sua sensibilidade e talento.

A seleção de longas traz o filme "O Grande Ditador", no qual tropas perseguem a população judaica enquanto o verborrágico Hynkel planeja dominar o mundo. Em meio às vítimas, encontra-se um sósia do tirano, um barbeiro que escapa do campo de concentração e toma seu lugar.

Lançado em 1940, quando a Alemanha se impunha na Europa, o filme foi um dos primeiros a retratar a barbárie nazista. Com humor, Chaplin satirizou Adolf Hitler e ridicularizou o autoritarismo.

Já a seleção de curtas traz, além de "Dia de Pagamento", outros quatro: "Um Dia de Prazer", "Os Ociosos", "Um Idílio Campestre" e "Laços de Liberdade", concebidos entre 1918 e 1922.

Os filmes comprovam a versatilidade de Chaplin que, além de fazer rir, sabia criticar as injustiças do mundo.

 

Publicidade

Acompanhe a Folha no Twitter

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página