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09/10/2012 - 18h50

'Alckmin e sua tropa deviam ler Clarice Lispector', diz poeta

ARMANDO FREITAS FILHO
DO RIO DE JANEIRO

O excelente artigo de Maria Rita Kehl na Ilustríssima, "Alckmin usa a mesma retórica dos matadores da ditadura", sobre a ação infeliz da PM paulista, mereceu uma resposta burocrática e malcriada de um subsecretário de Comunicação do governo do Estado de São Paulo, Marcio Aith, intitulada "Psicanálise de embromação".

O governador e sua tropa deviam ler o que Clarice Lispector escreveu quando mataram um bandido chamado Mineirinho, há muitos anos atrás:

"Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina --porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro."

Tenho certeza que foi isso o que Maria Rita Kehl sentiu e tão bem exprimiu.

Armando Freitas Filho é poeta e ensaísta. Autor do livro "Palavra", de 1963, ganhou o Prêmio Jabuti em 1984, com o livro "3x4", e o Prêmio Alphonsus de Guimaraens da Fundação Biblioteca Nacional, em 2000, com "Fio terra".

Bob Donask - 2.out.2012/Folhapress
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