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23/08/2010 - 02h30

Eleições, Células-tronco, Maconha, Violência, Judiciário

DE SÃO PAULO

Eleições

O jornalista Fernando Rodrigues ("Desalento tucano", Opinião, 21/8) comenta a carta que recebeu do leitor Carlos Poletto. Realmente é complicada a sucessão de erros cometidos pelo PSDB. Isso deixa o eleitor sem opção. Difícil será aturar essa turma por mais quatro anos, e ninguém pode fazer nada. Com essa estratégia montada pelo PSDB, a coisa está desandando cada vez mais a cada dia que passa, e talvez fique só no 3 de outubro mesmo.

ADALBERTO FERNANDO SANTOS (Taubaté, SP)

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A ciclotimia tomou conta da campanha serrista: a imagem de Lula oscila ora para a demonização do presidente, ora para a reverência do mesmo. A campanha serrista precisa com urgência encontrar sua identidade e decidir-se para quem ela faz campanha.

EDUARDO FERREIRA (São Paulo)

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Para muitos a eleição está ganha. Não para mim. Muitos têm jogado a toalha. Eu não. Muitos dizem que José Serra, e não o "Zé", que ninguém sabe quem é, não é simpático, não sorri, não é bonito. E daí? Não está concorrendo a "miss Brasil". Dizem que não tem carisma. E daí? A história está repleta de líderes carismáticos que provocaram dor, sofrimento, miséria, mortes e holocaustos. Comenta-se que é hipocondríaco, notívago, centralizador, teimoso. Mas, sabidamente, um trabalhador incansável. Por estes argumentos afirmo que continuarei minha luta pelo voto em José Serra, por ideologia, acreditando na sua competência administrativa e que é o mais capacitado entre os candidatos que se apresentaram para dirigir o país. Pelo temor de muitos que o atual governo, em função de compromissos econômicos e partidário-eleitorais, levará o Brasil a uma difícil situação nos próximos anos, é que peço a todos os que pensam como eu que não baixem as armas e continuem na luta legal do convencimento, com argumentos. Eu o farei até o último minuto que a lei permite.

LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP)

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Discordo do leitor Harley Paiva Martins ("Painel do Leitor", 22/8), que afirmou que debates são uma perda de tempo. Debates são fundamentais, embora atualmente estejam completamente desfigurados. Os candidatos, hoje em dia, têm conhecimento de todas as perguntas que serão feitas e do tempo que terão para respondê-las e se quiserem podem até levar suas respostas prontas. Conveniente, não? Claro que, se continuarem dessa forma, os "debates" brasileiros inspirarão filmes de comédia ou, dependendo, de drama. Debates deveriam ser uma maneira de cada candidato expor suas propostas e criticar o adversário, com um limite de tempo considerável e desconhecendo o questionário que será feito.

LÍGIA PAIVA MARTINS DE OLIVEIRA (Cuiabá, MT)

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A propaganda eleitoral tem revelado coisas estranhas de alguns partidos chamados nanicos, que demonstram criatividade até excessiva com propostas jurássicas de propriedade coletiva, estatização de bancos ou samba de uma nota só como o aerotrem e outras excentricidades que só são propostas por aqueles que têm certeza que nunca precisarão cumprir por não existir chance real de serem eleitos.
Isto sem falar nas caricaturas como Tiririca, cantores, boxeadores, radialistas e jogadores de futebol. Com isto se perde uma oportunidade única de propostas novas e viáveis que poderiam ser encampadas por partidos maiores contribuindo para uma saudável renovação na política e com o crescimento de alguns destes partidos, aprovados por sua postura e propostas.

MÁRCIO M. CARVALHO (Bauru, SP)

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Células-tronco

Sobre a reportagem "Cientistas atacam cura com células-tronco" (Ciência, 22/8), gostaria de comentar que o Brasil é o pioneiro mundial no uso de células tronco autólogas em coronariopatias com excelentes resultados. No Unicor, na sua Unidade Clinica de Coronariopatia Crônica, o dr. Luiz Henrique Gowdak tem tido resultados excelentes na revascularização miocárdica com o uso de células-tronco. Pacientes que antes estavam na fila do transplante agora estão curados, e sem necessidade de medicamentos.
Infelizmente quem deveria ser entrevistado é o dr. Gowdak e não as pessoas que criticaram o uso das células-tronco autólogas --alguns nem médicos são. No mundo todo, doenças desmielinizantes, tipo Alzheimer, Parkinson, lúpus, acidentes vasculares cerebrais, artrites e autismo estão tendo melhorias muito importantes. Temos por exemplo trabalhos de Richard Burt, Dipnarine Mahara, Raphael Gorodetsky, Edgardo Celi e muitos outros cientistas no mundo todo comprovando as melhorias dos sintomas. Importante comentar que a célula-tronco não faz milagre: apenas tenta reparar um dano ao nosso organismo, e nem sempre com sucesso. Mas comparar isso com charlatanismo não é correto.

CESAR S. L. COLANERI (São Paulo, SP)

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Maconha

Na polêmica que envolve a liberação da maconha, me parece equivocada a posição do leitor Anderson Osório Rezende ("Painel do Leitor", 22/8) quando a coloca no mesmo patamar do crack, pois não há como negar que a Cannabis sativa L é, dentre as drogas proibidas, a que causa menor dano à saúde, não se podendo compará-la à cocaína, seu derivado crack, LSD, ecstasy, heroína etc. É certo que o uso abusivo de maconha pode comprometer a saúde. Mas o mesmo vale dizer para a bebida alcoólica, que igualmente traz prejuízos à saúde, especialmente se consumida sem moderação. Todavia, a comercialização, porte e consumo de bebidas alcoólicas é liberado, sendo vedado apenas para menores de 18 anos. Mesmo assim, adolescentes continuam a consumir bebida alcoólica, muitas vezes com a aquiescência dos pais. Sabe-se que o consumo prematuro de bebida alcoólica é um fator que contribui para a formação de um futuro alcoólatra. Inegável, ainda, que muitos crimes violentos estão relacionados à ingestão de álcool, que igualmente é causa de inúmeros acidentes de trânsito, com vítimas fatais.
Mesmo assim, a bebida alcoólica continua a ser comercializada livremente. E nem se pretende aqui defender sua proibição, embora não se negue a necessidade de adoção de medidas mais eficazes para que realmente valesse a proibição de consumo por menores. Na verdade, os prejuízos sociais com a proibição da maconha são maiores, seja porque o Estado não consegue pôr fim ao seu crescente consumo, seja porque o dinheiro dos usuários de maconha acabam nas mãos dos traficantes e das organizações criminosas, alimentando uma gigantesca rede de violência e corrupção policial. Então, por que proibir a maconha? Afinal, os prejuízos sociais seriam infinitamente menores se cada um pudesse cultivar a Cannabis em sua casa, apartamento, barraco, sem precisar comprar sua cachaça ou cervejinha... como o morador de Oakland (Califórnia), retratado na foto "Semana do Leitor", de 22/8.

CLÁUDIO M CAMUZZO JR. (Campinas, SP)

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O texto publicado pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira e colegas é um sinal de alerta para nossa sociedade, pois demonstra a dificuldade de grupos conservadores em reconhecer o valor do conhecimento cientifico. O texto revela que desqualificar cientistas partindo de pressupostos políticos não é uma prática relegada a capítulos sombrios da história. Infelizmente, o desrespeito crasso, embora velado, que Ronaldo Laranjeira demonstra para com pesquisadores sérios e de altíssimo nível, como Dartiu Xavier (que tem demonstrado o uso efetivo de maconha para ajudar usuários a superarem o vício em crack), prejudica neste debate a posição de grupos mais ponderadas, que reconhecem os riscos do abuso da maconha, mas que respeitam a ciência.

RENATO MALCHER LOPES, professor adjunto do Departamento de Fisiologia da UnB (Brasília, DF)

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Violência

O episódio que ocorreu no sábado em São Conrado, quando o Hotel Intercontinental foi invadido por traficantes em fuga, é apenas uma pontinha do que está por vir, quando a bandidagem resolver atacar. Não existem meios de fazer segurança pública sem que o cenário onde ela é elaborada mude radicalmente. Estou falando das mais de mil favelas que existem atualmente no Rio e que só crescem, dia após dia.
O discurso das UPPs é conversa para "boi dormir" e atestado de incompetência dos políticos. Pergunto: como instalar UPPs em mais de mil favelas? Mesmo que fosse possível, isso levaria anos e até lá mais mil favelas teriam nascido. UPP serve apenas para empurrar a criminalidade para as periferias do Rio, tornando-as ainda mais violentas do que são hoje.
Se os governos federal, estadual e municipal querem de fato acabar com o terror no Rio, eles precisam acabar antes com as favelas, dando endereço, dignidade mínima para quem hoje mora ao lado da porcaria e dos ratos. Traduzindo, isso significa "desincentivo" para que as pessoas entrem na criminalidade, especialmente os mais jovens. Segurança rima com organização. Sem isso não existe paz e nem tampouco haverá meios para se fazer segurança pública na "cidade maravilhosa".
Essa deveria ser a pergunta para o presidente, para o governador e para todos os políticos decentes deste país, se é que ainda existe alguma exceção. O assunto vem sendo abordado na sua superficialidade e recortado apenas nas consequências, quando deveria ser tratado tendo as causas como foco. Favelas e violência são sinônimos, e a primeira é alimento e cenário perfeito para que a segunda prospere.

JOSÉ APARECIDO RIBEIRO (Belo Horizonte, MG)

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Judiciário

Não bastassem as prerrogativas de juízes, que no Brasil não se convertem em tutela imediata do cidadão, haja vista a morosidade da máquina do Judiciário, agora coube à corte máxima propor que os salários se reajustem de modo automático sem análise, ainda que ilusória, de qualquer outro poder constitucional. Não se apregoe que o Legislativo ofereceria qualquer obstáculo, uma vez que a farra deflagra um efeito cascata e baliza pelo alto os salários dos poderes --o que é demasiado conveniente aos políticos de modo geral. Os poderes da incipiente democracia brasileira proporcionam à patuleia cenas de afago, barganha e promiscuidade e, devido ao fato de que há poder legalmente constituído, existe a ousadia que não se repete, por exemplo, nos salários dos professores-- e faz crer que este é um país do direito.

RENATO ALESSANDRO DA SILVA (Limeira, SP)

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