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20/12/2010 - 02h30

Lula, Código de Processo Civil, Saúde, Maluf, Ateísmo

DE SÃO PAULO

Governo Lula

O editorial "Saldo favorável" (19/12) traçou um retrato fiel do que foram os oito anos da administração de Lula. A frase que mais me chamou a atenção, dentro do elaborado texto construído pelo jornal, foi a seguinte: "Quanto aos costumes políticos, o desempenho foi deplorável". Foi exatamente em função de tais costumes que muitos brasileiros se desiludiram com o governo. Como um deles, não me arrependo de ter inclusive me desfiliado do PT, do qual fui dirigente em minha cidade. Nenhum avanço econômico ratifica uma postura leniente com a ética e o respeito às instituições do país, principalmente quando elas englobam a "res publica". Parabéns à Folha pelo editorial.

JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR)

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Lula vai embora feliz. Trabalhou com competência. Colheu os frutos de quem soube plantar o bem em benefício da coletividade. Assombrou até mesmo os adversários isentos. Conquistou a simpatia, o respeito e a admiração da maioria esmagadora da população. Lula deu aula de política. Quem não aprendeu, paciência. O ex-operário também cativou outros presidentes. Tornou o Brasil respeitado no cenário mundial. Lula é mesmo um monstro. Tão cedo não será esquecido pela mídia. Continuará uma inegável liderança política.

VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF)

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Certamente que o leitor Marcos Rocha [de Luziânia, GO] tem razão em dizer que o país melhorou (19/12). Certamente também ele se esqueceu de mencionar que o problema com a altíssima carga tributária não é o seu valor em si, que causa revolta, porém o que este governo faz com os impostos arrecadados. O Brasil seria muito melhor se o dinheiro público fosse utilizado para melhorar a infraestrutura do país, combater a criminalidade, melhorar a educação e não para pagar mensalão, permitir aumentos absurdos para o legislativo e financiar ONGs de aliados políticos.

JORGE JOSSI WAGNER (Ribeirão Preto, SP)

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Parabéns ao sr. Marcos Rocha ("Painel do Leitor", 19/12) e a todos à sua volta por estarem desfrutando dos benefícios econômicos do governo Lula. Por ora ainda não tenho muitas queixas. Não quero fazer o papel do garoto pessimista que ganhou a bicicleta, mas após ter vivido os "Anos Dourados" de JK, o "Milagre Brasileiro" da ditadura militar, inúmeros planos econômicos mirabolantes e contribuir para pagar todas as contas, temo que tenha de pagar também por essa, mesmo sendo aposentado. Não é preciso ser economista para saber que basta uma pequena desaceleração no carrossel econômico para que o aparente bem-estar se transforme em pesadelo, a começar pelos menos aquinhoados.

CARLOS GONÇALVES DE FARIA (São Paulo, SP)

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Código de Processo Civil

O alerta está dado. Cuidemo-nos todos, sobretudo os homens de boa fé. O Código de Processo Civil que vem por aí sacrifica a plena defesa. Há um premeditado ataque às formalidades. Daí o acerto de Walter Ceneviva (Cotidiano, 18/12): "A vítima da dispensa das formalidades essenciais pode ser o próprio leitor. Ou alguém de sua família". Haverá tempo para reagir?

WALTER PIVA RODRIGUES, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e professor da USP (São Paulo, SP)

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Saúde

Na avaliação da saúde no governo Lula (caderno "Os Anos Lula", 19/12) houve um lapso importante. Não foi feita menção à implantação do Programa Brasil Sorridente pelo atual governo, que resultou na criação de 850 Centros de Especialidades Odontológicas, 670 Laboratórios de Prótese Dentária e na ampliação das equipes de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família de 4,2 mil em 2002 para mais de 20 mil em 2010. Como resultado desse Programa, hoje 1 em cada 3 cirurgiões-dentistas brasileiros trabalha para o SUS e o direito ao acesso à saúde bucal começou a ser cumprido para dezenas de milhões de brasileiros.

MARCO ANTONIO MANFREDINI, conselheiro do Conselho Regional d e Odontologia de São Paulo (CROSP), pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP (São Paulo, SP)

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Acredito que os governos municipal, estadual e federal estejam bem intencionados ao transferirem para a iniciativa privada --para as chamadas Organizações Sociais de Saúde (OSS)-- os serviços médicos públicos. Ocorre que têm ocorrido muitos fatos lamentáveis, como erros médicos, falta de atendimento condigno e dispensa de pacientes, aparentemente pela pressa, falta de atenção, economia indevida de recursos públicos recebidos, mas que não são fiscalizados. Pacientes têm morrido sem que os verdadeiros responsáveis --os responsáveis públicos pela terceirização descuidada e pela falta de fiscalização desses serviços, que como se sabe constituem direito constitucional de todos os brasileiros, através do SUS. Os maiores interessados, os pacientes, não têm representação nessas OSS. Já passou da hora de o Ministério Público tomar alguma providência. Por enquanto, sei por experiência própria que em São Paulo não adianta recorrer, porque o Ministério Público está do lado das OSS.

ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP)

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Maluf

O cinismo é a marca registrada dos nossos políticos, principalmente por saberem que estão isentos de receber a mais temida das punições, que é o repúdio dos eleitores, nas urnas. A verdade é que, assim como "formiga sabe a roça que come", nossos políticos sabem que, apesar de todo o escarcéu que possa ser feito contra eles, na hora decisiva poderão contar com a irresponsável benevolência da enorme maioria do eleitorado, que não hesitará em "trocar seu voto por um mísero pedaço de rapadura". Por toda essa certeza de impunidade, eles ainda tripudiam sobre o povo brasileiro, a exemplo do deputado federal Paulo Maluf, que, após a sua diplomação para mais um mandato, saiu-se com esta pérola, digna de entrar para o anedotário político brasileiro: "A Justiça deste país, graças a Deus, é uma das coisas que funcionam bem e com muita coragem".

JÚLIO FERREIRA (Recife, PE)

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Os leitores que atacam apenas Paulo Maluf se esquecem dos políticos "maravilhosos" de hoje em dia, que cobram os olhos da cara para fazer o basicão, e com muita corrupção. Acho que nem preciso mostrar nada, o tempo já mostrou: São Paulo hoje paga caro no trânsito e na segurança pelo fim político de Maluf. Podem gostar a vontade, nobres leitores, dos políticos de hoje. Lemos no jornal que a Justiça fez Maluf mais uma vez deputado. O que é muito justo, afinal, 500.000 eleitores o quiseram. Se outros muito mais terríveis e nocivos entraram, por que justamente Maluf, um dos melhores governadores e prefeitos de São Paulo, deveria ser barrado?

ROBERTO MOREIRA DA SILVA (São Paulo, SP)

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Ateísmo

Gostaria de parabenizar o artigo de Vera Guimarães Martins na página A2 da Folha de domingo. Creio eu que o ateu não é necessariamente aquele que descrê de Deus. Ele pode simplesmente não aceitar a concepção de Deus segundo as ideias das religiões concebida pelos homens. O pensador francês Blaise Pascal dizia que devemos acreditar em Deus, pois o risco de não acreditar Nele é muito grande.

CÉLIO GURFINKEL MARQUES DE GODOY (São Paulo, SP)

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Tem me chamado a atenção esse debate acerca da campanha de uma associação de ateus denominada Atea que, pretensamente, diz ser contra o preconceito sofrido por ateus na sociedade e, na verdade, por seu conteúdo, parece muito mais uma campanha apologética do ateísmo.
Minha experiência pessoal corrobora justamente um preconceito às avessas desde meus tempos de academia e por diversos ambientes de trabalho pelo qual passei. Pergunto a Vera Guimarães Martins, autora do ponderado artigo da edição do último domingo, "Ateu é a mãe", se nos "jantares inteligentes", como diz Pondé, que frequenta ou, então, na própria redação da Folha, qual situação causaria mais estranheza: alguém que se declarasse católico e que acata a totalidade da doutrina da Igreja ou uma outra pessoa que se dissesse ateu? Qual atrairia mais olhares sarcásticos, comentários irônicos ou teria seus textos vistos como viesados? Isso me autorizaria fazer uma campanha em "revistas especializadas" defendendo que o ateísmo é irracional?

WAGNER MARCHIORI (São Paulo, SP)

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Vivemos todos cotidianamente imersos em símbolos religiosos das mais variadas crenças. No entanto, os que acreditam em algum deus não são capazes de conviver de forma respeitosa com os que não creem. O veto à publicidade da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos acaba mostrando quem é realmente intolerante.

LEANDRO VEIGA DAINESI (Lorena, SP)

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Acho muito interessante a preocupação do ateu em ter que provar que não acredita em Deus --aliás só não acredita em Deus ou em religião? Que importância tem Deus se ele não acredita?

MIRZA MARIA MALUF PÉREZ (Timóteo, MG)

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