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07/01/2011 - 02h30

Battisti, passaporte, Belas Artes, ditadura

DE SÃO PAULO

Battisti

O sr. Paulo Boccato teve uma carta publicada ontem no "Painel do Leitor" em que fez diversas afirmações que não condizem com a verdade.
O professor Carlos Lungarzo, que estudou com atenção todas as páginas dos autos do julgamento, e as disponibiliza para a Folha e seus leitores, esclarece na carta publicada hoje no "Painel do Leitor" (ver versão impressa do jornal) os diversos pontos.
Dentre os enganos de Boccato está a referência às "confissões (a rainha de todas as provas)". Cesare Battisti jamais confessou ter cometido qualquer assassinato. Ao contrário, sempre os negou. Perguntado, em sua prisão na Papuda, se esteve presente no restaurante de Milão, em 1979, onde houve o assalto às joias do grupo que estava com Torregiani, afirmou que não estava lá. Nunca um juiz perguntou a Battisti se ele matou alguma pessoa.
O noticiário italiano publicado anteontem, em que grupos políticos propõem que Cesare Battisti seja sequestrado, constituem evidência clara de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu corretamente, em respeito ao que diz o tratado entre o Brasil e a Itália, de que há riscos na Itália para a pessoa de Cesare Battisti.

EDUARDO MATARAZZO SUPLICY, senador pelo PT-SP (São Paulo, SP)

*

Trecho de uma notícia publicada na edição de 5/1 da Folha de S.Paulo: "Alberto Torregiani, que perdeu o pai, Pierluigi, e ficou paraplégico em ação criminosa da qual Battisti participou, liderou ontem um ato de protesto em frente à Embaixada do Brasil em Roma".
Trecho de uma carta do professor universitário e membro da Anistia Internacional Carlos Lungarzo, que saiu no "Painel do Leitor" da mesma edição: "Na sentença de 1988 da Corte d'Assise de Milão (Itália), com registro geral 49/84, na página 456, nas oito linhas finais, diz-se que foi 'definitivamente accertato' (em italiano no original) que o ataque contra Torregiani foi feito por [Sebastiano] Masala, [Sante] Fatone, [Giuseppe] Memeo e [Gabrieli] Grimaldi. Nenhum dos mencionados se chama 'Battisti'. Todos os documentos disponibilizados pela Itália (que são apenas uma parte) podem ser encontrados no endereço www.vittimeterrorismo.it. O filho de Torregiani, Alberto, declarou que Battisti não estava no local, e que a bala que o feriu foi disparada por erro por seu pai. Isso pode ser lido no livro 'Génération Battisti', escrito pelo jornalista francês Guillaume Perrault, que não tem nenhuma simpatia por Battisti (pág. 188)".
A Folha não lê a Folha?
Há mais de um ano, em outubro de 2009, eu desmascarei Alberto Torregiani, revelando que:
ele admitira anteriormente à Agência Ansa que Battisti não estava entre os atacantes do pai; ele tinha interesse em aparecer no noticiário, já que escrevera um livro choramingas sobre seu sofrimento como órfão e tentava, a partir da repercussão desse livro, deslanchar uma carreira política, em agrupamento assumidamente neofascista.
Então, enviei à Folha e a outros grandes jornais, bem como à agência noticiosa Ansa, tais esclarecimentos, sem que fossem publicados e sem que me fosse dado qualquer retorno.
E as notícias em que Alberto Torregiani, estimulando mal-entendidos, pega carona no caso Battisti para se manter em evidência, continuam vindo da Itália e sendo servilmente aproveitadas pela Folha e a grande imprensa brasileira, sem que os editores que eu alertei tomem qualquer providência para posicionar melhor a questão.
De resto, a Folha continua rotulando Battisti de terrorista, adjetivo que não encontra respaldo nas sentenças italianas (nelas só se fala em subversão contra o Estado) e, na pior das hipóteses, só se aplicaria a suas atividades até 1979.
Ou seja, um cidadão que abandonou as organizações armadas há três décadas e vive desde então em fuga, preso ou trabalhando honestamente, tendo constituído família e se projetado na literatura, é até hoje identificado com seu passado longínquo, num óbvio artifício para levar-se o público desinformado a supor que se trate de um Osama Bin Laden da vida!
É patético que os grandes grupos de imprensa, sem admitirem honestamente que estão 100% alinhados com a posição italiana, escamoteiem (em parte ou no todo) a apresentação do outro lado e o exercício do direito de resposta, deturpem fatos e discriminem fontes, dando destaque desmesurado a qualquer inspetor de quarteirão italiano que vitupere Battisti e desconsiderando as declarações de personalidades, juristas e intelectuais de renome mundial que o defendem.

CELSO LUNGARETTI, jornalista, escritor, ex-preso político e porta-voz do Comitê de Solidariedade a Cesare Battisti (São Paulo, SP)

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Passaporte

Os passaportes diplomáticos concedidos ilegalmente aos filhos de Lula são apenas mais duas benesses que se juntarão às outras concedidas à sua família pelo o Itamaraty ou através dele, como a cidadania italiana de dona Marisa.
E a sinecura não teve fim no sábado passado, já que o ex-presidente encontra-se hospedado em seu resort preferido, o Forte dos Andradas, à nossa custa.

MARCELO MELGAÇO (Goiânia, GO)

*

Li estarrecida sobre a concessão relâmpago de passaportes diplomáticos aos dois filhos do ex-presidente, autorizados pelo ministro, com a desculpa esfarrapada de servir aos interesses do país.
Que interesses? Só se for para que eles viagem e não voltem nunca mais!

HELENA DE CAMPOS NOGUEIRA (São Paulo, SP)

*

Esse é o Brasil: um país de todos, mas de poucos privilegiados. O governo deveria dar o exemplo. Estou decepcionado. Mais uma do sr. Lula, usando a autoridade para obter facilidades e privilégios. Espero que esse novo governo cumpra a rigor o dito no discurso de posse. Vamos amenizar essa bagunça, vamos dar oportunidades iguais a todos.

MARCO AURÉLIO FERREIRA (São João da Boa Vista, SP)

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Belas Artes

É lamentável percebermos a falta de sensibilidade do empresário Flávio Maluf, quando, mesmo após acordado o patrocínio para continuidade do funcionamento do Cine Belas Artes , pede a devolução do imóvel, fechando as portas de um dos últimos cinemas de arte de São Paulo.
Em outros países, os empresários se esforçam para associar sua imagem à cultura, ao contrário daqui, onde a maioria só visa o lucro imediato.

OTTO SILVEIRA (São Paulo, SP)

*

Vai pegar muito mal para a administração do senhor Gilberto Kassab se a prefeitura continuar assistindo de camarote ao fechamento de um patrimônio cultural da cidade de São Paulo, o Cine Belas Artes.
Para evitar a ação de especuladores imobiliários, a prefeitura deveria declarar aquele imóvel como local de interesse público e tomar as devidas medidas para conservá-lo.
Com a palavra, a Prefeitura de São Paulo.

ALEX FABIANO NOGUEIRA (São Paulo, SP)

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Ditadura

Parece que Clóvis Rossi mora em outro país, que não conhece. No dia que um administrador brasileiro diga tolice idêntica e ofensiva aos brasileiros de mais de 60 anos como a proferida pelo ministro da Segurança Institucional e, logo após, peça demissão, como se fosse um que ocupasse cargo idêntico no Japão, na Inglaterra, na França, na Dinamarca, na Noruega ou em outro país do mesmo nível, seríamos, na verdade, um país civilizado. Mas estamos muito, mas muito mesmo, longe dessa classificação. Não há nos nossos dirigentes, sem exceção, esse entendimento.

JUVENAL FERREIRA FORTES FILHO (Rio de Janeiro, RJ)

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Heranças

Se nunca antes este país estivesse tão bem como agora, a herança deixada à presidente Dilma obviamente seria bendita. Não é o que revelaram os recém-empossados ministros, quer os novos (poucos) ou os tantos que permaneceram. E houve também os que, assim como Gilberto Carvalho, em chorosa entrevista a este jornal, não querem ver estrilando em geral a apática oposição, sob pena de em 2014, como um Pelé, voltar o sucedido.
No entanto, é vã tal preocupação, pois o PMDB já se incumbe do estrilo, ameaçando a própria governabilidade. Torna-se imponderável, pois como ficarão, por exemplo, os tão necessários e anunciados cortes nos gastos públicos? Quanto ao aumento do salário mínimo, não há dúvida: o percentual adotado será significamente muito menor do que o da nova remuneração dos congressistas.

JAIRO P. GUSMAN (São Paulo, SP)

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Lily Marinho

Lily Marinho era uma mulher notável, culta, empreendedora e deixa o lugar muito difícil de ser preenchido. Seu falecimento entristece a todos.

PAULO MALUF, deputado federal pelo PP-SP (Brasília, DF)

 
 

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