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Bafômetro, plebiscito, Brasília, índio, véus, lixo
DE SÃO PAULO
Bafômetro
Afinal, é obrigatório ou não soprar o bafômetro? Quem não sopra, comete que tipo de delito? Por que, em casos assim, presume-se que a pessoa está alcoolizada e deve ser multada?
No Rio de Janeiro, a blitz da Lei Seca transformou o bafômetro numa espécie de "vuvuzela" para chamar a atenção, quando todos os outros fatores que concorrem para as mortes nas vias não têm a mínima atenção das autoridades! Admitir que somos todos um pouco hipócritas de carteirinha, e que esta carteirinha nunca vence pois não sobra ninguém para fiscalizá-la, seria exagero? Aliás, documentos vencidos causam quantas mortes anuais?
FIDELIS MARTELETO (Rio de Janeiro, RJ)
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Será que a leitora Maria de Fátima Araújo ("Painel do Leitor", 19/4) acha que seguir a lei é dirigir sem habilitação? Ao dirigir sem habilitação, o senador Aécio Neves já estava infringindo a lei. E, como não fez o teste do bafômetro, não saberemos se outra lei também foi infringida.
VINÍCIUS DE OLIVEIRA DELFINO (Sorocaba, SP)
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Plebiscito
O oportunismo político barato teve a ideia do plebiscito sobre o comércio legal de armas em razão da tragédia do Rio de Janeiro, que nos colocou em pronta solidariedade.
Só que as armas da tragédia não foram adquiridas no comércio legal. Elas foram adquiridas no comércio marginal e clandestino. Será que vão apresentar uma pergunta coerente com os fatos, mas estúpida: "O comércio clandestino de armas deve ser proibido?"?
FERES SABINO (Ribeirão Preto, SP)
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Brasília
Lendo, nas entrelinhas, o texto de Vladimir Safatle ("Brasília", Opinião, 19/4), foi possível concluir que "Brasil, um país do futuro" é mera utopia.
CONRADO DE PAULO (Bragança Paulista, SP)
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Índio
Estou decepcionada com a ausência de qualquer menção ao Dia do Índio na Folha de 19 de abril. Apesar de fazer reportagens sobre a negligência da Funai para com suas obrigações com nossos índigenas, nada foi escrito ou destacado no jornal sobre esta data tão importante de nosso país.
JÚLIA SILVA ROCHA (Uberlândia, MG)
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Véus
Ernst Cassirer afirmava que "o homem vive em um universo simbólico", o que significa que a cultura é uma interpretação (simbólica) coletiva da realidade e, portanto, constitui o universo (simbólico) das pessoas. Retirar isso delas é retirar sua identidade ou até mesmo o sentido da sua existência.
Impedir que uma mulher muçulmana, que nasceu muçulmana, use seu niqab ou burca é o mesmo que retirar o futebol e o Carnaval dos brasileiros, a floresta dos índios (inclusive esse é motivo de problemas como suicídio, violência, alcoolismo etc. nas aldeias indígenas), a batina do padre, abolir o Natal, a Páscoa etc.
O presidente francês Nicolas Sarkozy erra ao impor uma mudança que deveria acontecer historicamente por meio de um longo e lento processo de assimilação de uma nova realidade, e o colunista João Pereira Coutinho ("Abençoada nudez", Ilustrada, 19/4) erra em reduzir um elemento definidor da pessoa humana a um simples hábito como andar despido em casa.
CRISTIANO DE JESUS (Americana, SP)
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Lixo
Estive em um show da cantora Ivete Sangalo em Berlim, na Copa de 2006. Ao final da apresentação, olhei para o pátio e não havia nem um copo sequer no chão, parecia que nem tinha ocorrido um evento lá. O motivo era simples: três copos de plástico (mais rígido do que aquele a que estamos acostumados nos aniversários e festinhas) significavam 0,50 centavos de euro a menos na bebida no bar. Com isso, nao sobrou lixo. Acredito que nao adianta pedir às pessoas menos lixo. Ideias como essa de Berlim funcionam muito melhor. Antes de jogar algo no chão, irão pensar no desconto e, caso não se importem com isso, com certeza terá alguém que se importe.
KARINA LORENTI PERSONA (Uberlândia, MG)
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