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Fusão, Eike, pedágio, maconha
DE SÃO PAULO
Fusão
Uma coisa é certa: quem conseguiu arrancar da BNDESPar R$ 4 bilhões de dinheiro público para a fusão dos grupos Carrefour e Pão de Açucar (Mercado, 29/6), e também convencer a presidente Dilma Rousseff de que esse negócio é excelente para o nosso país, deve ser muito influente no mundo político-empresarial.
ANTONIO AUGUSTO DE CASTRO OLIVEIRA (Osasco, SP)
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Eike
Lamentável o artigo "Eike, o aventureiro atrevido", de Luiz Fernando Emediato ("Tendências/Debates", 1º/7), que tenta justificar as relações íntimas de amizade do empresário com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Eike Batista tem negócios bilionários e grandes interesses no Rio.
Emediato deve ser a pessoa mais ingênua do mundo. Ou então age de forma cínica e de má-fé. Ele subestima a inteligência dos leitores ao pretender defender algo indefensável sob os pontos de vista ético, moral e legal, que é a promiscuidade entre o público e o privado, algo tão comum no Brasil e que deveria ser combatido por todos. Depois de tamanho elogio publicamente expresso, imagino que Emediato ganhará uma medalha e alguns bons presentes de seu grande amigo e ídolo, Eike Batista.
A Folha é democrática, mas não deveria abrir espaço para artigos tão parciais e bajulatórios. Triste ver um jornalista e escritor como Emediato se prestar a um papel desses.
RENATO KHAIR (São Paulo, SP)
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Pedágio
Considerando o crescimento contínuo e intenso no número de automóveis em circulação em São Paulo, não há justificativa para o aumento das tarifas nos pedágios ("Pedágio sobre até 12% nas estradas de SP", Cotidiano, 28/6)
EDSON FREIRE (São Paulo, SP)
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Maconha
O procurador que a Folha chama de "um dos principais especialistas do país em crime organizado" mostrou ser, na verdade, apenas mais um desinformado disposto a confundir o debate sobre drogas ("Sonho de qualquer traficante é a maconha liberada, diz procurador", Cotidiano, 29/6).
Ele diz que a Holanda e Portugal são países distantes dos mercados produtores. Os fatos: a Holanda é o maior produtor europeu de maconha e exporta a chamada "nederwiet", droga com maior teor de THC do mundo. Portugal, por sua vez, faz fronteira com o Marrocos, segundo maior produtor global de haxixe. Mais: estima-se que 80% da maconha consumida no Brasil venha do Paraguai, e não do Nordeste, como sugere o "especialista".
Se ele se refere aos mercados produtores de cocaína, a bobagem é ainda maior, porque a distância nunca foi problema para traficantes. Em 2009, por exemplo, a Europa consumiu mais de 123 toneladas de cocaína andina, enquanto a América do Sul, a Central e o Caribe, juntos, consumiram 96 toneladas.
Ele afirma também que o traficante de maconha é o mesmo que vende cocaína e crack. Está certo. Mas diz que "liberar" -termo vago e impreciso- beneficiaria esse traficante, quando o argumento de legalizar a maconha é justamente separar esses dois vendedores e afastar o usuário do mercado de drogas "pesadas" -outro termo vago. Diz que "liberar" dobraria o consumo, mas isso não aconteceu em nenhum lugar que o fez. Em Portugal, por exemplo, o consumo até diminuiu.
TARSO ARAUJO (São Paulo, SP)
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