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21/07/2011 - 02h30

Brasil, desemprego, corrupção

DE SÃO PAULO

Brasil

Gosto de futebol, porém, para mim, não faz a menor diferença se a seleção brasileira ganhou ou não. Aliás... para que se incomodar com a seleção se somos campeões em cobrança de impostos; para que se incomodar em que clubes irão jogar os atletas da seleção se somos campeões nas taxas de juros ao consumidor; para que se incomodar com a permanência ou não do técnico da seleção se somos campeões em acidentes nas estradas. Por fim, para que se incomodar com os milhões de euros gastos com jogadores de futebol se nossos políticos são campeões em benesses e nosso país tem milhões de cidadãos sem acesso a uma boa escola ou a um bom hospital?

RICARDO ALVES (São Paulo, SP)

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Desemprego

A economia se assemelha ao samba do crioulo doido. A taxa de desemprego alta é a pior das pragas, segundo os economistas, que posteriormente passam a se preocupar com a inflação, quando o mercado de trabalho se aquece, como está a ocorrer ("Desemprego cai apesar de ações para frear economia", Poder, 20/7). Basta estimular a poupança, segundo a velha lição de Keynes, que o perigo estará conjurado. Os trabalhadores não podem penar eternamente sob as contradições da economia.

AMADEU ROBERTO GARRIDO DE PAULA (São Paulo, SP)

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Corrupção

Lula perdeu a oportunidade de entrar para a história como "o presidente que acabou com a corrupção no Brasil". Sim, porque o PT sempre pregou a moralidade e a presidente Dilma tem as condições necessárias para ainda provar essa teoria.

CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP)

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O artigo de Fernando de Barros e Silva "Por que não reagimos?" (Opinião, 19/7) fala de algo muito importante: a falta de indignação do brasileiro diante das denúncias de corrupção no país.
Começa dizendo que o tema é complexo e difícil de responder e, em seguida, elenca três razões possíveis para isso. Concordo com as duas primeiras (a vida, de um modo geral, melhorou e o governo petista aliciou os movimentos que eram porta-vozes das lutas sociais). Mas a terceira me pareceu um chute total (medo de partes da elite em parecer udenista).
Acredito que essa é uma ideia vaga, que talvez se aplique a este ou àquele sujeito. Mas não pode jamais ser uma explicação para a questão "brasileira", nem mesmo pensando numa suposta elite brasileira "homogênea" que possa ser descrita e reconhecível, o que ainda está por ser provado.
Permito-me, no "Painel do Leitor", dar o meu próprio "chute". Há, por um lado, uma questão cultural muito profunda no país desde sua formação, que se expressa numa espécie de niilismo político, ou seja, quem não participa do poder, especialmente as faixas mais pobres da sociedade, costuma acreditar que não há nada a fazer, que todos são iguais, que os "ricos" nunca farão nada por eles. Não há uma visão do poder político como algo que "emana" do povo, como algo outorgado pelo povo e, portanto, passível de cobrança, de protesto, de vigilância e de pressão política. O "povo" não se vê como sujeito dessa construção.
Os movimentos cooptados pelo petismo governista representaram, em seu momento, especialmente no processo de redemocratização, uma alternativa a esse niilismo, tendo traçado um caminho estratégico (tal como o próprio PT, daí se confundirem tão intimamente em sua identidade) que visava a conquistas específicas. Hoje, isto claramente se traduziu numa espécie de grande corporativismo de interesses; portanto, se estes interesses são mais ou menos atendidos, sua razão de ser está justificada e não há, de fato, "razão" para um clamor contra a corrupção dessa estrutura que os sustenta, mesmo que à custa de práticas "desviadas". Ou seja, para "nossa causa", os fins justificam os meios. É possível que isso esteja mudando, à medida em que cresce a percepção de que a escola é ruim, a saúde é um descalabro, as estradas são péssimas, os serviços privatizados são um roubo etc.
A corrupção consome os recursos e esforços "desviados" de seus fins realmente sociais. É possível que o Brasil comece a se preocupar mais com isso. E os jornais têm um papel aí, desde que possam demonstrar a relação entre corrupção e serviços públicos ruins, corrupção e injustiça social e econômica etc. Mas é preciso que esta mesma mídia não gaste demasiado tempo e energia atendendo a interesses econômico-políticos de grupos historicamente privilegiados do país, que resistem ao avanço social, mesmo que sustentem discursos em defesa da ética e de avanços econômicos.

MARCOS LIMA DE MORAES (São Paulo, SP)

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