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28/08/2011 - 02h30

Atentado, Líbia, Inglaterra, Cristo Redentor, Cacciola

DE SÃO PAULO

Atentado

A semana chega ao seu final com a notícia de que um prédio da ONU na Nigéria foi atacado e 17 pessoas morreram. Esta é uma situação que exige reflexão. A ONU foi criada em 1945 com o objetivo de possibilitar a unidade internacional. Estava sendo aberto o espaço para as negociações de alto nível, solucionando os conflitos que surgissem em qualquer parte do mundo. Mas nestes últimos anos todo o prestígio conquistado pela organização se deixou levar pela ação de alguns países que deveriam dar um exemplo de comportamento adequado. Como aceitar que o Conselho de Segurança nada faça em relação à desobediência dos Estados Unidos à sua determinação de não invadir o Iraque? E, por extensão, ao Afeganistão, para onde levou tropas de países que se aliam aos seus atos beligerantes? O mais grave é que não há manifestações de outras nações, que agem como se concordassem com o autoritarismo das chamadas "grandes potências". O que aconteceu na Nigéria pode ser o início de outros atentados, o que é muito preocupante. O mundo precisa de paz, mas enquanto prevalecer a pressão para tomar conta de jazidas petrolíferas e outras riquezas estaremos sujeitos a muitos problemas. E isto é um fato muito lamentável.

URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)

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Líbia

A tomada de poder pelos "insurgentes" na Líbia pode servir para refletir sobre nossas condutas como cidadãos. Percebe-se, pelas imagens, que um movimento legitimamente popular não contaria com todo o aparato bélico mostrado. Metralhadoras ponto 50, aquelas que são usadas para derrubar aviões, são dirigidas aleatoriamente, com objetivo puramente intimidatório. Interesses econômicos de países foram atingidos, principalmente os da França e da Itália, desconstruindo todo um mito de democracia na Líbia --mito que até recentemente era apoiado por esses países em troca do ouro negro.
A ciência política ensina que nenhum país pode apoiar sua economia em bens primários (commodities) sob pena de ter sua soberania invadida. O capitalismo selvagem que se instala nesses países exportadores é que leva à degradação do meio ambiente, aos mais vis meios de exploração do trabalho humano e ao desnível econômico da população. Aqui a mais-valia deve ser máxima. O importador quer mais produtos a preços menores, buscando nos cartéis ponto de apoio para maximizar e legitimar sua esperteza.
Nessa balança, os países que apoiam sua economia em commodities sempre ficarão em desvantagem, seja na OMC, na ONU e em outros organismos internacionais. A infraestrutura montada nesses organismos é o que legitima seus atos, inclusive movimentos "insurgentes" contra a "ordem estabelecida", como no Kuait, Irã, Zaire etc., países produtores de bens primários e com histórico de lideranças corruptas. Essa conjunção de fatores, somada a um povo inepto, leva à instabilidade na democracia. Líderes que não prestam contas, que agem como déspotas, desdenhando a paciência do povo, esquecem-se que pelo menos uma parcela, ínfima que seja, é esclarecida.

CARLOS BENEDITO DA SILVA BRITO (Curitiba, PR)

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Inglaterra

O comentário do leitor Ailsson Floriano Pinheiro de Camargo ("Painel do Leitor", 24/8) acerca dos vandalismos correntes na Inglaterra serviu como mais um argumento para a coluna de Luiz Felipe Pondé (Ilustrada, 22/8). O leitor se precipita ao generalizar que os "movimentos sociais" (vandalismos) que saem às ruas são invariavelmente legítimos: basta conhecer a história recente para verificar esse absurdo. Em contrapartida, Pondé acerta ao relacionar a falta de moral a esses atos covardes. Tanto a sociedade atual como o leitor se adaptaram a colocar a culpa no governo, pois ambos se acostumaram com a ideia de bem-estar social, que na verdade é o famigerado "mamar na teta do governo". Esses vândalos ingleses ignoraram a sua função, o dever do indivíduo, para adquirir o conforto social que almejam, representado na coluna de Pondé pelo iPad. Esqueceram que podem trabalhar para alcançar tal conforto. E, como se não bastasse, depredam lojas de inocentes, invadem estabelecimentos, fazem a maior algazarra, tudo em favor de mero conforto não dado pelo Estado, e ainda reclamam da punição dada pelo governo. Tudo isso por não estarem recebendo o rotineiro leitinho na mesa, como disse Pondé: "tadinhos". Ademais, fica meu agradecimento à Folha por ter ainda um lúcido colunista, e meu pesar por existirem leitores corrompidos pela falsa ideia de "Estado de Bem-Estar Social".

MARCELO CATANIA RAMOS (São Paulo, SP)

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Cristo Redentor

Para complementar a matéria de Ruy Castro de 24/8 ("O homem de braços abertos"), é conveniente acrescentar um artista que não está na disputa pela autoria da obra, mas que foi o autor do desenho do "homem de braços abertos", sempre esquecido ou negligenciado pelos herdeiros de Heitor Silva Costa. Seu nome é Carlos Oswald, artista ítalo-brasileiro, desenhista, gravador, mestre dos maiores gravadores brasileiros, tímido e avesso aos holofotes, extremamente católico, dedicado também à arte sacra, foi convidado por Silva Costa, que não era artista e nem desenhista, e sim engenheiro, pois foi quem ergueu a estátua.

CARLOTA MARIA OSWALD VIEIRA ZILBERLEIB (Campinas, SP)

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Gastos

O governo pretende gastar R$ 1 bilhão em novo sistema prisional. Assegurar o bem-estar dos prisioneiros é sem dúvida uma tarefa humanitária, mas quanto vai destinar para escolas e hospitais? As crianças e os doentes também precisam de cuidados especiais, até porque estão desprotegidos pelos municípios e Estados. A grande preocupação dos prefeitos e governadores é "embelezar" os lugares onde acontecerão os eventos esportivos: a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Eles esquecem que o maior patrimônio de um país é seu povo, que com educação e saúde produz riqueza, alegria e prosperidade. Vamos dar mais atenção a essa parcela da população que necessita e merece!

ODILÉA MIGNON (Rio de Janeiro, RJ)

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Cacciola e Abdelmassih

Quem escreve é outro Thomaz que em tudo concorda com a indignação do leitor Tomaz de Aquino dos Santos (Folha, 27/8) ao ver sair da prisão, belo e formoso, o "ex-banqueiro" Salvatore Cacciola. Tudo indica que Roger Abdelmassih, outro condenado pela Justiça por ter violentado pacientes, está livre e solto curtindo a vida! Seria interessante que a Folha convidasse um jurista de notório saber para escrever em "Tendências/Debates" sobre a perspectiva que pelo menos parte do Judiciário tem sobre estas condenações que não levam a nada e fazem com que a população sinta a enorme impunidade que graça solta no Brasil!

THOMAZ RAFAEL GOLLOP, professor associado da Faculdade de Medicina de Jundiaí (São Paulo, SP)

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