Decisão sobre aborto de anencéfalos e morte de Marly Bueno são destaques

O voto do ministro Carlos Ayres Britto no STF (Supremo Tribunal Federal) favorável à possibilidade de interrupção da gravidez no caso de fetos com anencefalia é destaque mundial no microblog.

Maioria do STF é favorável ao aborto de anencéfalos

O resultado do julgamento, que começou na quarta (11), está praticamente estabelecido, já que é improvável que os ministros que já votaram retifiquem seus votos (o que podem fazer até a declaração do resultado).

Ayres Britto resumiu o debate dizendo que "se todo aborto é interrupção de gravidez, nem toda interrupção de gravidez é um aborto para fins penais". O caso em questão, disse, é atípico e, assim, não deve ser entendido como o aborto proibido em lei, mas como um aborto em linguagem corrente.

	Nelson Jr./Divulgação STF
	O ministro do Supremo Tribunal Federal Ayres Britto

Para o ministro, "metaforicamente, o feto anencéfalo é uma crisálida que jamais chegará em estado de borboleta, porque não alçará voo jamais", disse.

O primeiro ministro a se manifestar sobre o aborto de fetos anencéfalos foi o relator da ação Marco Aurélio Mello. Em um voto que durou mais de duas horas, ele afirmou que "obrigar a mulher a manter a gestação [de feto anencéfalo] assemelha-se, sim, à tortura e a um sacrifício que não pode ser pedido a qualquer pessoa ou dela exigido".

A ministra Rosa Weber e o ministro Joaquim Barbosa falaram em seguida e seguiram o voto do relator. Em seguida, votou o ministro Luiz Fux, que afirmou que não entraria na discussão sobre a valoração das vidas. "Não me sinto confortável de fazer a ponderação de que vida é mais importante, se a da mulher ou a do feto."

Já a ministra Cármen Lúcia afirmou que, qualquer que seja a decisão da mulher, sempre será uma "opção de dor", e também votou a favor da antecipação terapêutica do parto no caso de fetos comprovadamente anencéfalos.

Ainda no primeiro dia de julgamento, o ministro Ricardo Lewandowski foi o único a votar contrário a ação. Para ele, só o Congresso Nacional poderia mudar a lei e permitir o aborto nestes casos. Lewandowski foi o último ministro a se manifestar ontem.

Outro tema destacado pelos tuiteiros é o da CPI para o caso Cachoeira, anunciado pela cúpula do Congresso. Líderes da base aliada ao governo e da oposição confirmaram nesta quinta-feira (12) o acordo para a instalação da CPI. Com isso, a liderança do PT na Câmara já começou a coletar as assinaturas necessárias para o início da investigação envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Base e oposição começam a coletar assinaturas para CPI
Eliane Cantanhêde: CPI bumerangue

Pelo acordo, o requerimento da CPI deixa claro a possibilidade de investigação de agentes públicos e privados, além de ampliar os trabalhos para a Operação Las Vegas --não só a Monte Carlo. A primeira operação, da Polícia Federal, antecedeu a Monte Carlo e ficou parada no Ministério Público desde 2009. Ela também verificou a relação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) com Cachoeira.

	Lula Marques - 13.jul.05/Folhapress
	Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, teve pedido de liberdade negado pela Justiça

Para ser instalada, a CPI precisa do apoio de, no mínimo, 27 senadores e 171 deputados (do total de 81 senadores e 513 deputados). A expectativa é que ela comece a funcionar já no final da próxima semana.

A CPI deve ser composta por 15 deputados e 15 senadores com igual número de suplentes, deve durar 180 dias e custar ao erário R$ 200 mil.

O microblog também registrou entre seus destaques a morte da atriz Marly Bueno, 78, que interpretava a vilã Ainoã na minissérie "Rei Davi", da TV Record.

Atriz Marly Bueno, de "Rei Davi", morre aos 78 anos no Rio

A atriz estava internada com diagnóstio de peritonite, que se caracteriza por intensa inflamação abdominal de causa infecciosa, e passou por uma cirurgia. Ela morreu devido à disfunção de múltiplos órgãos.

	Miguel Ângelo/Divulgação Record
	Marly Bueno interpretava Ainoã, mulher do rei Saul na minissérie "Rei Davi", da Record

Marly Bueno, nome artístico de Amalia Angelina Marly D'Angelo, foi uma das primeiras mulheres a aparecer na televisão brasileira, ao lado de sua irmã Miriam Simone. Teve seu auge nos anos 50 e 60, em novelas e programas da TV Tupi.

A atriz também enveredou para o teatro e o cinema. Em 1961, por exemplo, apareceu em um dos principais papeis do filme "Entre Mulheres e Espiões", dirigido por Carlos Manga, ao lado de Oscarito.

Entre 1965 e 1979, apresentou o concurso Miss Brasil, e voltou à televisão, na Globo, no final dos anos 80. Desde então, ganhou papeis em novelas como "História de Amor" (1995), "Mulheres Apaixonadas" (2003) e "Páginas da Vida" (2006), todas do autor Manoel Carlos.

Contratada da Record, Marly atuou nas novelas "Estrela de Fogo" (1998) e "Poder Paralelo" (2009) antes de trabalhar na série bíblica "Rei Davi". A emissora divulgou um comunicado manifestando seu pesar pela morte da atriz, em que diz: "O seu talento e a qualidade de sua interpretação contribuíram para o sucesso das produções da Record. Externamos nossa solidariedade à família e aos amigos de Marly Bueno."

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