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16/11/2011 - 09h49

De olho em 2012, prefeita de Ribeirão Preto retoma ações populares

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ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Perto das eleições, a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), intensificou ações de apelo popular, como as que alavancaram sua carreira política, anos atrás. A diferença é que, agora, ela usa a estrutura do governo.

A mais nova ação do gênero é o Feirão do Emprego, que na sexta-feira (11) lotou a praça 15, região central de Ribeirão Preto, de gente interessada nas cerca de 4.300 vagas oferecidas por 21 empresas.

A própria Dárcy, após abrir o evento, saiu distribuindo panfletos. "Gente, alguém tem alguma dúvida aqui?", dizia ela ao abordar as pessoas que esperavam na fila.

Além da panfletagem, o discurso de Dárcy, no anúncio o feirão, também lembrou cenas de campanha eleitoral.

"Este governo está fazendo a diferença", afirmou a prefeita e provável candidata à reeleição em 2012.

Recentemente, Dárcy começou a fazer reuniões nas comunidades com o programa Governo nos Bairros, que se anuncia com o objetivo de identificar demandas regionalizadas para inclusão no planejamento da prefeitura --uma espécie de reedição do Orçamento Participativo, do petista Antonio Palocci.

Silva Junior/Folhapress
Prefeita Dárcy Vera distribui folhetos na fila para de evento do governo com 4.300 vagas de emprego
Prefeita Dárcy Vera distribui folhetos no Feirão do Emprego e pergunta: 'Alguém tem alguma dúvida aqui?'

Outra medida similar é o Ação Cidadania. É talvez a que mais se identifique com o antigo Movimento do Bem, que Dárcy promovia antes de se eleger prefeita, em 2008.

Nos eventos, na periferia, são oferecidos cortes de cabelo grátis, emissão de documentos, atendimentos de saúde e orientações judiciais.

Já foram duas edições, com cerca de 18,1 mil atendimentos, e uma terceira prevista para o próximo sábado.

Entram no cômputo das ações o recém-lançado Doutor Móvel, um serviço de saúde itinerante com um ônibus, e os casamentos comunitários, que uniram perto de 1.500 casais.

'CIDADANIA DETURPADA'

Para o professor de ética e política da Unicamp Roberto Romano, a retomada do apelo popular às portas da eleição mostra que Dárcy não é diferente de 99% dos políticos brasileiros, que vinculam o voto à "troca de favores".

Ele afirmou, no entanto, que essa é uma "estratégia de risco" porque, além de ser passível de crítica, pode ser legalmente questionável como crime eleitoral, o que causa um desgaste político.

Para ele, esse tipo de política deturpa a cidadania.

OUTRO LADO

O secretário da Casa Civil, Layr Luchesi Júnior, defende que a prefeita Dárcy Vera (PSD) não está "retomando" as ações de apelo popular.

"Desde o começo do mandato, este governo é pautado por ações que visam a ampliar a cidadania", afirmou.

Segundo Luchesi, o Governo nos Bairros sempre existiu e houve apenas uma "mudança no formato".

O Ação Cidadania, afirma ele, é "bem diferente" do antigo Movimento do Bem --ONG que projetou a então vereadora Dárcy, que viria depois a se eleger deputada estadual, em 2006, e prefeita, dois anos mais tarde.

O próprio secretário da Casa Civil admitiu, no entanto, que o trabalho do Movimento do Bem era assistencialista, denominação que sempre desagradou a prefeita.

"Antes [com o Movimento do Bem], era algo assistencialista, agora é uma busca pela promoção da cidadania." Ele também nega haver interesses eleitorais nas ações.

 

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